sábado, 6 de outubro de 2012

Clã Ravnos




Esse conto ficou foda! É o segundo conto da saga!


CONTO RAVNOS

O verdadeiro Ravnos...

Las Vegas

Na Cobertura de um Hotel extremamente luxuoso, agregado a um Cassino igualmente luxuoso

            Duas figuras femininas de trajes idênticos estão frente a frente encarando-se vaidosamente. Ambas movem-se com graça e em perfeita sincronia, já que entre elas há um grande espelho cobrindo quase toda a parede.  Sara e sua imagem no espelho parecem analisar-se mutuamente em busca da mais tênue imperfeição em seus trajes.
            Observando mais ao longe, naquela espaçosa e luxuosa cobertura, há um gato branco deitado numa cama de casal, a espera de afagos e de atenção enquanto sua dona escolhe a vestimenta apropriada para aquela noite. Embora “escolher” não seja a palavra adequada para aquela situação incomum, pois Sara está criando suas roupas utilizando ilusões de quimerismo.

- Gostou deste vestido minha querida? (A figura indaga ao gato)

Diante da falta de reação do animal, a mulher diante do espelho com um pensamento faz as alças em seus ombros sumirem, o comprimento de seu vestido aumentar e a cor vermelha se tornar mais viva. Depois disso, de forma provocativa a figura feminina questiona:

- Melhorou agora?

Desta vez o animal desce de seu pretenso trono acolchoado e vai ao encontro de sua dona.

- Ah eu sabia que você ia gostar deste, Carmelita!


(Sara)

            Satisfeita, a figura feminina afaga seu animal de estimação e já com ele no colo aperta o botão do elevador panorâmico de sua suíte para ir novamente até o cassino.
            Já dentro do elevador, a energia pulsante do panorama da cidade fazia Sara sorrir. Contudo, toda a luz e brilho de Vegas parecia pálido diante dela. Suas formas perfeitas, seu rosto angelical, seus cabelos lisos, longos e negros seduziam a todos os homens que a viam, e causavam inveja nas mulheres que com os olhos a fuzilavam. Seu ar magnético atraía a atenção tanto de mortais como de cainitas nas movimentadas mesas de jogo. Homens jogavam junto com ela para ganhar um pouco de sua atenção, e mulheres jogavam contra ela para tentar tirar-lhe o brilho, todos sem sucesso.    
            Entretanto, neste cassino em particular algo mais sensacional parecia não ter chamado a atenção de ninguém nas noites anteriores: a incrível sorte sobrenatural de Sara. Salvo por uma única  funcionária cainita do cassino que por 3 noites a observava cuidadosamente ao longe, ninguém incomodava Sara. Deste modo os dados e cartas haviam sorrido para as suas jogadas, a multidão adorara e torcera por ela. E tinha sido assim por 3 noites sem qualquer interferência da administração. Isto estava por mudar em breve.
            Homens abastados, mulheres da alta sociedade com seus mimados animais de estimação, mortais de renome e fama (e de infâmia) assim como transeuntes em busca do sonho improvável de riqueza preenchiam o ambiente. Dentro daquelas paredes, vidas arruinadas explodiam em prosperidade num mero instante enquanto outras vidas de opulência eram completamente arruinadas com um simples toque do destino, e nada no mundo agradava mais a Sara naquele momento. Ali, ser um gigante ou um mero inseto, ser a presa ou o predador podia ser apenas uma questão de momento.
            Sara sai do elevador e entra no cassino, seus olhos negros e perspicazes esquadrinhavam constantemente o local em busca de novas oportunidades e novas emoções, mas tudo que conseguiam captar era o olhar de admiração dos clientes do cassino, bem como a crescente inquietação dos seguranças e convergência das câmeras em sua direção. Ao perceber, que 9 câmeras apontavam para sua posição, sua impecável vaidade a fez perguntar a si mesma:

“Mas por que só hoje?”

A resposta veio dois minutos depois quando um grupo de 4 homens imponentes desceram uma escada acompanhados dos mais truculentos seguranças do cassino. Era o mesmo quarteto que descera exatamente no mesmo horário na noite passada e também na noite retrasada.
            Apesar de morta, Sara sentiu o equivalente a um impulso de adrenalina em seu sangue. Uma oportunidade irresistível se desdobrava diante de si, e ela sendo uma Ravnos, não poderia deixar de render-se a tão tentadora oferta. Sara rapidamente pega sua gata e se dirige para a mesa de pôquer onde sabia que os quatro homens iriam, já que também haviam feito o mesmo nas noites anteriores. A dama de vermelho sentou e ficou a acariciar sua gata na espera da nova rodada de cartas com os novos participantes.
            Sem muito esforço Sara ganhou o olhar e cobiça do líder do quarteto, um astuto Brujah chamado Carlos. O jogo inicia e a admiração inicial de Carlos se torna em interesse, pois ele NUNCA havia perdido naquela mesa. Um interesse que se tornava crescente com as vitórias de Sara, uma vez que no poker a vitória é frequentemente determinada pela perspicácia e habilidade, quase nunca pela sorte. O interesse de Carlos aumenta ainda mais ao perceber a astúcia de Sara, que no segundo conjunto de rodadas, perde de propósito para instigar os demais participantes. No final da 3a e decisiva rodada, os demais participantes já haviam sido eliminados e restavam apenas na mesa Carlos e Sara. Carlos decide aumentar o nível da aposta e desafia Sara para uma rodada “tudo ou nada”.. Sara sorri maliciosamente e aceita. Carlos propõe que a vitória no próximo lance de cartas dê ao vencedor uma recompensa única que não seja em dinheiro, um pedido único e que não possa ser copiado pelo adversário. Sara aceita a premissa e diz:

- O que o nobre cavalheiro propõe?

- Quero q bebas do meu sangue por 3 noites consecutivas.

Sara sem sequer desviar o olhar prossegue:

- Interessante...uma aposta digna de alguém realmente ambicioso. Imagino que eu também possa fazer um pedido igualmente ambicioso para me servir de recompensa caso vença.

Desta vez é Carlos quem sorri maliciosamente.

- Sim claro, desde que não seja o mesmo pedido, tal como concordamos. 

- Então eu vou lhe dar duas opções de recompensa nobre cavalheiro, para que possas escolher a que mais lhe agradar. A primeira é: eu quero que você use todo o seu poder e influência para me levar para um lugar muito longe daqui e me colocar sob sua proteção CUSTE O QUE CUSTAR.

Carlos, imensamente surpreendido com um pedido digno de alguém que está fugindo de algo ou alguém, diz despido de qualquer sorriso:

- E qual a segunda?

Sara olha diretamente nos olhos dele, disfarçadamente passa a língua em suas presas e diz:

- A segunda é que eu quero saborear a sua ALMA.

Depois disso Sara sorri como se tivesse feito uma piada, mas Carlos soube pelo olhar predatório ao se pronunciar, que era uma frase de alguém que estava falando MUITO sério. Subitamente Carlos sente um estranho calafrio tal como um rato diante de uma serpente e se arrepende amargamente de ter subido as apostas.

- Bom, então acho q vou preferir a primeira. Estou de viagem para Cuba, aonde vou ficar em meu modesto estabelecimento, o Mira Guardia. Estou certo de que vai gostar de sua estadia por lá. 

Sara sorri como quem conseguiu o que tanto queria, embora não estivesse claro para ninguém o que exatamente ela queria.

            O croupier recebe autorização e a primeira mão de cartas é distribuída. Ambos os participantes olham-se nos olhos a cada nova carta recebida, avaliando cada reação, cada mínima pista que pudesse revelar suas intenções e suas cartas. Os dois vampiros são extremamente habilidosos em dissimulação, não era a toa que meros humanos não tinham sucesso naquela mesa.
            Depois que  todas as cartas haviam sido dadas e vistas pelos respectivos adversários, Carlos com muita confiança quebra o silêncio:

- Humm, nobre dama... Depois do resultado desta última mão eu espero que a recompensa seja cumprida de imediato (Carlos mostra um cálice e faz um gesto indicando que é nele onde pretende derramar seu sangue). Caso contrário EU vou ficar muito incomodado.

Sara também observa suas cartas e diz:

- Sim, do mesmo modo que eu espero embarcar para Cuba ainda hoje, caso contrário acredite VOCÊ vai ficar realmente muito chateado.

Carlos sorri com a sutil e clara ameaça. Mas sua parte na aposta era simples de cumprir e por isso ele não tinha porque se preocupar. Pelo menos ele assim ingenuamente acreditava.

            Chega o momento de mostrar as cartas e Carlos está com um Flash de espadas e o deita na mesa. O Brujah portanto se recosta na cadeira satisfeito e confiante na vitória. Carlos chega a segurar o cálice, mas subitamente se detém ao olhar para Sara, que começara a vagarosamente mostrar suas cartas. Ela deita um 10 de ouro, depois um valete de ouro, depois uma dama de ouro, em seguida um rei de ouro.. e fica com a última carta na mão, prestes a deitá-la.
            No último momento uma mão feminina surge com uma velocidade inumana e segura a mão de Sara antes que esta pudesse mostrar a carta derradeira. Tratava-se da funcionária do cassino que estava a observá-la  nas noites anteriores.  Carlos se levanta da mesa irritado e pergunta o que significava aquele ultraje, pois eles estavam no meio de uma importante jogada.
            A mulher não se importa com os protestos de Carlos e diz apenas que o Sr Harrison exigia a presença imediata de Sara no escritório da administração, e que por isso aquele jogo estava encerrado. Diante do nome citado pela funcionária do cassino, Carlos estremece e decide não interferir, imaginando o que poderia ser tão grave para ele em pessoa chamar por Sara de tal abrupta forma. A Ravnos na distração deixa a última carta virada de costas sobre a mesa e Carlos decide virá-la para saber se Sara estava blefando ou não, mas numa velocidade igualmente inumana Sara pega a carta e a esconde entre os fartos seios, dizendo enquanto sorri maliciosamente:

 “Nunca saberás”.

Carlos diz: - Resolveremos isso num outro jogo.

Sara responde: - Sim, resolveremos.

Sara ao ser levada a força, mal tem tempo de chamar por sua gata, que a acompanha com receio da turba que leva sua dona.
Sara é levada até a administração onde é deixada sozinha numa sala espelhada. Poucos minutos depois surge um senhor de idade acompanhado de 6 seguranças truculentos e nitidamente cainitas. Ele se apresenta como sendo Harrison e pergunta cordialmente, avisando que só vai perguntar uma vez:

- Sara, por que vc escolheu trapacear justamente meu cassino, que  é considerado o mais seguro pela sociedade vampírica em todo o planeta? E como você está fazendo para trapacear? 

Sara responde:

- Eu por outro lado agradeço por você ter enviado uma representante feminina especialista em auspícios para me inspecionar durante estas 3 noites, de outro modo eu ficaria envergonhada e ofendida de ter minhas partes íntimas observadas tão ultrajantemente.

Harrison sorri e retira a carta dos seios de Sara. - Quer me dizer então que esta carta é de fato real?

Desta vez é Sara que sorri debochadamente e diz:

-  Quer que eu acredite que você construiu a reputação impecável deste cassino sem ter como verificar a autenticidade de uma simples carta? Que não tens como comprovar se ela é real ou um construto de quimerismo, tal como as roupas que me mantém vestida neste momento? Ou está perguntando porque vai MESMO confiar apenas na minha palavra?

- Sim, eu tenho como verificar. Mas é sempre cordial deixar uma pessoa se defender não? Diga-me, porque você pediu asilo a Carlos? Eu recomendo ser absolutamente sincera por pior que seja a sua resposta, pois nos limites deste cassino minha palavra é a lei absoluta e mentiras costumam deixar meus associados irritados.

Sara ergue as sobrancelhas e fica em silêncio por um instante, como alguém pensando no que vai dizer. Em seguida ela diz:

- Muito bem então! Eu pedi asilo porque tenho evidências fortíssimas de que estou sendo perseguida por antigos inimigos extremamente eficientes. Provavelmente morrerei em breve e decidi me divertir um pouco antes de morrer. Espero que esta resposta satisfaça seus “associados”.

- Que inimigos são esses?

- Não sou obrigada a responder isso, basta a você saber que é o tipo de merda que você faz no passado e que um dia volta pra te assombrar. Se não gostou desta resposta então me mate logo e acabe com isso.

- E porque aqui?

- Sarah sorri e responde: Aqui seria um teste divertido para a sua segurança pois enquanto eu estiver aqui, minha vida é responsabilidade sua!!

Harrison fica estupefato!  Ele percebe toda a armação de Sara para usar a segurança do cassino em benefício próprio, comprometendo a reputação do estabelecimento contra aqueles que a queriam morta.
Harrison começa a especular a identidade dos possíveis assassinos. Não era difícil chegar a conclusão de que ela não o estava provocando a toa. Se os assassinos fossem assamitas, ele não poderia matá-la, pois  dependendo da ofensa que ela os causou, pelas leis assamitas se o fizesse, ele próprio passaria a ser o próximo alvo. Ao ver o sorriso debochado e vitorioso de Sara, Harrison fica ainda mais surpreso e diz:

- Eles já estão aqui não é?

Ao ver que o osso da mentira, dado a ele por um aliado Tremere revela como verdadeiro tudo q a ravnos disse, harrison toma uma decisão.

- Merda! Meu cassino não será usado para seus propósitos, você vai voltar a seu quarto, vai pegar suas coisas e sair como se nós não a estivéssemos protegendo e nem associados com vc. Se retornar, nós arrancaremos todos os seus membros e a jogaremos na sarjeta com uma estaca no coração e um bilhete de saudação aos seus algozes, estamos entendidos?

- Perfeitamente entendidos. Mas peço sinceras desculpas por não me comover com mais uma ameaça de morte. Posso ir? 

Com um aceno irritado, Harrison ordena que seus seguranças e sua funcionária a soltem e a escoltem até seu quarto. - As duas duplas de mortais e cainitas vão até a cobertura de Sara.
A Ravnos entra em seu quarto e começa a reunir uns poucos objeto pessoais. Quando a  ravnos se dirige para mexer numa mala, subitamente seu corpo fica paralisado. A funcionária do cassino que a acompanhava se despe de sua aparência falsa criada com ofuscação e se revela. Tratava-se de Adrienne, cria de Thomas Hastings.

- Então já sabia que estávamos atrás de você? Interessante. Meu mestre fala de ti de tal modo que quase cheguei a imaginar que matá-la seria absurdamente difícil. Mas vejo que fui cautelosa por tantas noites a toa. Deve estar se indagando porque está paralisada. É simplesmente porque eu queria lhe dizer umas coisas antes de enviá-la para o inferno.

 A tremere segura o rosto da Ravnos com as duas mãos, numa graça predatória semelhante a um felino brincando com a presa antes de matá-la. Ela o inclina para baixo para que Sara possa ver um símbolo circular no chão com 3 metros de raio - invisível a poucos instantes - atrás e bem debaixo de seus pés, uma astuta armadilha. O rosto de Sara é colocado na posição normal novamente e ela pode ver Adrienne sorrindo e com uma estaca na mão. A Feiticeira impiedosamente atravessa o coração de Sara. Em seguida a Tremere dá uma risada e diz sussurando em seu ouvido :

“E pensar que você disse que um dia ia brincar com minhas cinzas depois de olhar nos meus olhos enquanto minha existência acabava não é? Estou muito decepcionada, esperava BEM mais de você Sara. Eu havia preparado tanta coisa para o nosso confronto.

A Tremere ainda com o corpo próximo ao da Ravnos, conjura uma bela espada e diz:

“Eu lhe daria direito a “últimas palavras” se você ainda pudesse falar, mas meu senhor me ensinou a não brincar com o inimigo, a não dar chances de defesa.

 A Tremere coloca seu rosto bem de frente ao de sara para em seguida com um movimento, decaptá-la.
Contudo, no último instante, a Tremere se surpreende pois ao ficar cara a cara com a Ravnos, percebe que esta está dando um gostoso sorriso, se segurando para não cair na gargalhada. Percebendo que algo estava errado Adrienne desfere seu golpe, mas a Ravnos o evita, e com um poderoso soco joga a Tremere longe.
Rapidamente a Tremere rola e fica de pé, não conseguindo acreditar nos próprios olhos. Sara, fazendo um esforço absurdamente monumental, retira com dificuldade a estaca e em seguida desaparece completamente a plenas vistas.  Então uma voz surge de um lugar onde Adrienne não conseguia determinar.

- “Ora, mas brincar com a presa é a parte mais divertida. Pelo visto Thomas ainda é aquele metódico calculista que não sabe se divertir”

A tremere mal acredita quando a própria realidade a sua volta parece se rebelar. Todas as referências de distância parecem embaralhadas, os sons distantes ecoavam como se estivessem perto e os de perto como se estivessem longe. A própria realidade se curvava obedecendo os caprichos da Ravnos.

- Diga-me querida, onde prefere morrer? Viena? Londres? Praga? Ou aqui mesmo? (a cada nova opção sugerida, a voz ecoava de um lugar diferente e a realidade do ambiente se moldava para assumir a aparência exata do local sugerido, sempre com uma forte neblina.

A Tremere, especialista em Auspícios, aguça ao máximo seus sentidos em busca de Sara, pois sabia que se não encontrasse a perigosa Ravnos, estaria morta em pouco tempo. Entretanto tudo que a tremere consegue fazer é penetrar na camada de neblina. E não consegue ver Sara em lugar algum.

- Vc disse q veio preparada? Espero que não tenha esquecido os óculos rsrsrs


Adriene fecha os olhos com força e começa a se concentrar.

- Porque você não desiste logo de uma vez Hermione? Se o fizer prometo que não a faço enfrentar a ilusão de Lord Thomas Voldemort hahahaha.


Com um forte chamado telepático, Adriene contata seus 2 subordinados mais habilidosos, cada um poderia facilmente obliterar um ancião despreparado – e ambos estavam há 3 noites em prontidão, ritualisticamente a postos e preparados, aguardando aquele específico chamado.

- “Agora!” Ela ecoa esta palavra em seus respectivas mentes o mais alto que podia.

Duas pequenas distorções na realidade começam a surgir ao lado direito e esquerdo de Adrienne. Deles aparecem os dois aprendizes. Tratava-se de um uso invertido e engenhoso do ritual Fuga para um amigo verdadeiro.

A voz de Sarah ecoa de todos os lugares, e ao mesmo tempo, de lugar algum:

- Triplicando as apostas? Isso vai exigir medidas mais drásticas.

Imediatamente todo o ambiente se torna numa selva alagada num dia de forte tempestade. A fúria dos elementos se faz presente. O trio está molhado até os joelhos quando um relâmpago cai sobre eles. Por pouco os 3 Tremeres não encontraram a morte final.

A voz de sara continua:

- Meu senhor me garantiu que relâmpagos nunca caem duas vezes no mesmo lugar. Mas quem seria tolo de acreditar num Ravnos? Hahaha.

O trio de feiticeiros rapidamente se posicionam e recitam um breve encantamento de três palavras.

- Aff, Thomas ensinou essa merda de triangulamento pra você também?


Com o encantamento de triangulação em ação, as mentes dos 3 tremere se fundem, tornando praticamente impossível submetê-los aos poderes de Quimerismo.

Adriene e os dois aprendizes abrem seus olhos ao memso tempo e dizem, também ao mesmo tempo (suas vozes saíam em uníssono):

- Aí está você! Meus olhos não podem mais ser enganados. Agora deixe-nos devolver seu favor em espécie. Os três Tremeres falavam exatamente ao mesmo tempo e agiam como se fossem uma única entidade que possuía 3 corpos diferentes.


3 poderosos raios são lançados individualmente das mãos dos respectivos tremere e interceptam Sara com uma velocidade inesquivável. A ravnos não tem tempo sequer de gritar.

Contudo, Sara olha para onde o golpe a acertou, e parece não sentir nada. Já os 3 Tremere urram de dor (Trata-se de uma metadisciplina oficial "agonia solidária" que transfere todo o dano sofrido para o alvo que o causou).

- Dizem que os Ravnos são mentirosos, mas digo que seus olhos ainda estão lhes pregando uma peça.

Adriene e os dois aprendizes se levantam com dificuldade, o dano combinado do raio ilusório de Sara junto com o que acabaram de sofrer, os deixou quase incapacitados.

Notando que os tremere se levantavam com dificuldade Sara diz:

- Vc não veio até mim só para morrer assim, não é Adrienne? Mostre-me os tais truques que você preparou, não diga que a diversão já acabou...

Adriene a fita por um instante, conjura uma estaca...e inexplicavelmente a crava no coração de um de seus aprendizes.

Sara observa a cena e tenta franzir as sobrancelhas, mas percebe que seu corpo não a obedece. Sara estava paralisada.

- Admita, você achou mesmo que eu ia me garantir só com os reforços e com o encanto de triangulamento não?

Novamente Sara faz um esforço monumental para se livrar do aprisionamento, tal como fizera antes. Seu corpo começa a se mover com dificuldade e vagarosamente.

Adrienne conjura outra estaca e acerta o coração do outro aprendiz.

- E vc acertou! Mas é outro tipo de triangulamento. Como já deve ter deduzido, este é um encantamento de 3 estacas. Acha mesmo que eu não conhecia os boatos sobre suas gracinhas de fugir de estacas comuns? Tudo dependia apenas de você fazer uso de agonia solidária. Você me forneceu a porta, e o encantamento manteve o conexão aberta para que eu a usasse como quisesse, muito grata.

Por mais que Sara se esforçasse, depois da segunda estaca, não conseguia se mover nem um milímetro, a despeito de seus esforços colossais. Adriene conjura a terceira estaca em sua mão já previamente envolta em intensa eletricidade. Era o golpe derradeiro.

- Humph, não foi necessário mostrar nem 1/3 do que preparei. Mande minhas lembranças a sua prole quando encontrá-la no Hades.

Infelizmente, poucos instantes antes da estaca encontrar seu destino, uma outra estaca atravessa as costas de Adriene com tanta força que sua ponta aparece entre seus seios.

Travava-se de 2 assamitas, que apareceram vindos por trás de Adrienne.

Um dos assamitas observa, toca em Adriene e diz:

- De fato é a cria de Hastings. Um sangue valioso demais para ser tomado individulamente.

O segundo assamita responde:

- De acordo, e quanto a Sara?

Os assamitas olham um para o outro e em seguida olham para o seu líder, que vinha por trás de Sara.

O líder diz:

- Você perdeu, Sara. Falhou em nos entregar a Tremere. Assim sendo sua dívida não foi quitada e será cobrada, em sangue.

Sara usa toda sua força de vontade para conseguir mover seus lábios e diz:

- Não...

O líder vira-se para Adriene, educadamente pede licença e retira a estaca de sua mão.

- Como vocês duas se odeiam tanto, é apropriado que morram uma de frente para a outra. (Ambas são colocadas ajoelhadas uma de frente para a outra). As duas cainitas olham-se mutuamente e conseguem ver no olhar da outra, absolutamente tudo que sentiam naquele momento, uma mistura de temor, desespero, indignação e toda a rivalidade que julgavam tão importante por eras, mas que acabaria em alguns momentos.

O líder crava seus dentes em Sara, e a diableriza enquanto os dois assamitas (e os 3 tremeres) observam.

Em êxtase extremo ao ter terminado a diablerie, o líder continua:

Agora matem estes insetos e façam os preparativos para que possamos partilhar o poderoso sangue da Tremere.

Obedecendo a ordem, os assamitas arrancam as cabeças dos tremeres aprendizes estacados, e rapidamente se preparam para diablerizar Adrienne em conjunto.

Adriene se lembra das palavras de seu senhor “a derrota acompanha os tolos que movem suas ações baseados apenas em vingança.” A vingança a fez perder tudo. Ainda que sua inimiga estivesse destruída, ela própria em breve também estaria morta. Uma satisfação passageira lhe custaria a vida eterna. Considerando-se uma grande tola, Adriene em seus pensamentos diz:

- A quem você quer enganar Adriene? Você veio enfrentar o perigo, e estava preparada para morrer. Você sabia que algo assim poderia acontecer, seu senhor a avisou e por isso você veio preparada para a vitória e para a derrota. Pelo menos o destino não me impediu de ter a satisfação de ver a maldita desgraçada morrer bem diante dos meus olhos antes de encontrar o meu fim. E logo estes assamitas me acompanharão.

Em seguida, os 3 assamitas cravam seus dentes em Adriene, e a diablerie começa. O rosto de adriene acaba ficando virado para a sacada do apartamento. Adriene em seus últimos momentos consegue ver a noite, com suas belas estrelas. Apesar de estar morrendo, isso dá certa serenidade a moribunda tremere.

Contudo, a gata de Sara estava no beiral da sacada, olhando debochadamente e sorrindo para Adrienne.

Os olhos de Adriene ficam assustados, tal como os de alguém que compreendeu uma verdade terrível. Ainda que estivesse estacada, a tremere parece possuída de uma força inimaginável, como se quisesse libertar-se a todo custo e matar a gata. Se não estivessem distraídos, os assamitas certamente perceberiam tal forte ímpeto.

A diablerie termina, a feiticeira vira cinzas, e os assamitas sentem o fluxo extasiante da transferência de poder. Infelizmente para eles, o sangue de Adrienne não estava em seu estado natural. O trio logo sente um ardor em sua carne, um ardor que se intensifica cada vez mais, até levar os corpos dos três assamitas a uma inevitável corrosão profunda. Em poucos segundos, o trio também édestruído pelo sangue da Tremere, jazendo no chão em cinzas.

A gata desce do beiral e se aproxima das cinzas. Em seguida pensa:

- Todos mortinhos da silva, finalmente me livrei destes caras enjoados e desta Tremere nojenta. Preciso começar a evitar de irritar gente importante rsrsrs, pena que é tão excitante essa adrenalina. Não tivesse eu aprendido a burlar este triangulamento, as coisas poderiam ter saído do controle. Se bem que todos foram tão previsíveis, nem deu graça. Tremeres e suas preparações, Assamitas e seu vício por vitae, nunca resistiriam a oferta de eu me fazer de isca para conseguirem botar aos mãos em sangue de feiticeiros poderosos, humph. Agora só preciso evitar que aquele Brujah idiota morra.

Depois disso a gata olha especificamente para as cinzas de Adrienne.

- Criança tola, não aprendeu sequer o básico. Verdadeiros Ravnos não apenas fazem uma ilusão parecer real, fazem também a realidade parecer ilusória. Estive aqui o tempo todo e vc não percebeu. Qualquer que fosse sua estratégia, de nada adiantaria. A minha por outro lado....assamitas idiotas, nunca diablerize ninguém importante para Thomas e Meerlinda. Que grande perda para ti Thomas... Por que a deixou vir a saber que eu estava viva? Qualquer idiota saberia que ela não resistiria e viria atrás de mim.

Desta vez são os olhos da gata que se arregalam como se tivesse acabado de compreender algo.

Obrigada por me mostrar como também estou ficando perigosamente previsível, seu maldito Tremere sacana rsrs! Sacrificou seu cavalo para tomar as torres dos adversários assamitas. Thomas, enfim você aprendeu alguma coisa boa comigo. Parabéns, isso foi digno de um verdadeiro Ravnos hahaha.

Enquanto sorria, a gata rolava e brincava alegremente nas cinzas de Adrienne.

Continua no conto Brujah.
Para ver o conto anterior, clique aqui

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Para quem não entendeu a Ravnos real era a gata o tempo todo, possuindo o animal com o uso de animalismo (possessão com 5 sucessos permite o uso de Quimerismo de dentro do animal possuído) . Tudo que todos viram era uma engenhosa e poderosa ilusão. Tal como uma boa Ravnos ela engana todo mundo, joga seus inimigos uns contra os outros e sai ilesa, como boa trapaceira rsrs

Obs.: Quem achou que os poderes da anciã ravnos estão exagerados, clique (aqui)






Um comentário:

Victor disse...

O Corpo que os Assamitas diablerizaram era uma ilusão da Ravnos? E ela estava longe dali controlando o gato com Animalismo?

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