sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Clã Tremere

 O RELÂMPAGO VERMELHO!

Londres

Chovia,

Uma garoa agradável se precipitava sobre a cidade mesmo contra todas as expectativas dos serviços meteorológicos. Thomas Hastings ao contrário dos mortais sabia que em breve a chuva iria se transformar num grande temporal, mas sorria por saber que desta vez não tinha nada a ver com isso.
O Tremere caminhava apressadamente por entre os diversos mortais naquela noite fria, não por causa da chuva, mas para cumprir uma ordem antiga, uma ordem que poucos em seu clã poderiam impender. Infelizmente passar essa tarefa a um não Tremere era inaceitável, e não era possível a um de fora do clã cumprí-la. Os pequenos frascos misticamente inquebráveis amarrados no interior de seus bolsos (1), os quais pela primeira vez carregava em totalidade de número, diminuíam as incertezas, mas mesmo com toda sua vasta experiência, em parte Thomas estava incerto sobre o sucesso da missão.


(Thomas Hastings)

Temidos e odiados, os Tremere são tudo, menos ignorados. Oriundos do antigo Ars Mágica, o clã dos feiticeiros vampíricos são talvez a única parte que restou do primeiro jogo da White Wolf. Transplantados para Vampiro a máscara, os Tremere são um clã especial de vampiros, pois foram os únicos a transformarem-se a si mesmos em cainitas através de um ritual místico.

Uma última olhada no relógio - já estava quase na hora. Tudo precisava estar perfeito, ou décadas de árduo trabalho do clã seriam desperdiçados. Thomas continua a caminhar ainda mais apressadamente, cuidando para chegar a seu destino na hora exata, tudo dependia disso.
Apesar do desafio diante de si, Thomas não esquecia de importantes minúcias como simplesmente fingir estar com frio. Falhar em qualquer aspecto, especialmente naquela noite seria desonroso para Thomas diante do que estava por fazer. A concentração do Tremere era total de modo a não desapontar seus superiores em absolutamente nada.

Não há dúvidas de que o clã Tremere é o mais unido e hierarquicamente estruturado. Ser um Tremere representa ser parte de um grupo extremamente organizado onde os fracos não têm valor. Na base da pirâmide hierárquica estão os neófitos. Estes recebem juntamente com o Abraço, uma iniciação como aprendizes do Primeiro Círculo. Conforme um jovem Tremere avança em seus estudos, ele avança através da hierarquia até o título de aprendiz do sétimo círculo. É importante observar que existem também sete Círculos de Mistérios para os Tremere de posição superior na pirâmide, a saber: Regentes, Lordes, Pontíficies e Conselheiros.

A garoa havia se intensificado bastante, a ponto de fazer os mais sensíveis se abrigarem. Os primeiros relâmpagos se insinuavam ruidosamente, entretanto, incômodos mortais ainda espalhavam-se pelas ruas como formigas. Os especialmente barulhentos e mal cheirosos gostavam de chamar atenção no centro daquela cidade. O tremere em seus pensamentos se lembra que Londres nem sempre foi assim, antigamente o lugar era mais ermo e agradável na época em que Meerlinda e ele chegaram ali. Era difícil para Thomas expulsar completamente os sentimentos saudosistas de uma era que considerava bem melhor. Mas era necessário, pois havia acabado de chegar a seu destino: a face ocidental da Catedral de São Paulo, bem diante da magnífica estátua da rainha Anne. Depois de eras de planejamento, era hora de terminar o antigo ritual.

Usando o conhecimento que possuem como ex magos, os Tremere criaram uma nova, poderosa e versátil disciplina, a Taumaturgia - composta de diversas linhas e rituais, cada qual capazes de gerar efeitos incríveis, abrindo um grande leque de possibilidades indisponíveis à grande maioria dos outros clãs de vampiros. Percebe agora a real razão pela qual um Tremere é odiado?

Sem se incomodar com a chuva, Thomas em pensamento cumprimenta a estátua da rainha, tal como se estivesse se dirigindo a própria mortal que a inspirou. Embora para o Tremere, a réplica esculpida pelos Toreador e colocada no lugar da obra original não fizesse jus a magnificência da verdadeira Rainha Anne. Sim, pois a estátua diante de Thomas não era a original que a princípio descansava ali.
O plano de deixar vazar informação havia dado certo, os Malkavianos e Nosferatu perceberam que havia algum valor na antiga estátua para os Tremere e a danificaram; os Ventrue e Toreador então prontamente se ofereceram para substituí-la por uma nova que tomou em definitivo seu lugar, dando sumiço na obra original por 2 anos. A estátua original foi vasculhada com todo o esmero para que se pudesse descobrir sua verdadeira importância, sem sucesso. Tudo ocorreu como deveria, a notícia se espalhou e alcançou os ouvidos certos no tempo certo.
Thomas se permite um rápido, pequeno e debochado sorriso ao imaginar o trabalho Ventrue em apagar a memória das dezenas de mortais envolvidos, bem como a gigante frustração Toreador, uma vez que, no final de suas inúteis buscas, largaram a peça original ao relento. Seria mais digno se a tivessem destruído, mas que Toreador suportaria fazer tal coisa?

Os Tremere pertencem e apóiam a Camarila, mas sua lealdade fundamental é sempre com o seu clã em primeiro lugar. Os Tremere são unidos pelo sangue, todo Tremere precisa beber do sangue dos 7 anciões do clã e está um passo no caminho do laço de sangue- o Tremere que esqueçer disso, pode ser forçado a dar mais um passo rumo ao laço, isso se tiver sorte – se não tiver, provavelmente será destruído.

Lá estava ele, olhando nos olhos da rainha esculpida em pedra, era hora de começar. Thomas abre sua visão sobrenatural. Mas não se trata da visão apreciada por muitos dos filhos de Caim, e sim da visão conhecida por poucos, uma que pode descortinar outros mundos imateriais (2). Thomas precisava retirar o que havia escondido ali dentro da estátua há tanto tempo, no plano imaterial, para completar o ritual.
Com seus olhos focados no imaterial o Tremere podia ver dezenas de linhas insubstanciais circulares desenhadas dentro da estátua – tratavam-se de diversos outros rituais de proteção cuja função era esconder de tudo e de todos o que ele estava ali para buscar – e no centro dos círculos estava ela: A grande Adaga de Meerlinda!
A grande adaga de Meerlinda, que a princípio não pertencia a Meerlinda – mas isso é uma outra história.
Quando todos os rituais de proteção estivessem quebrados e a adaga fosse removida na hora exata, um ritual maior estaria completo.

Os Tremere possuem uma organização hierárquica representada por uma pirâmide. No topo dela está o próprio Tremere, subordinado a ele estão o Conselho dos 7. Abaixo do conselho dos 7 encontra-se a Ordem dos Pontíficies, existindo 7 para cada conselheiro. Cada Pontíficie tem autoridade direta sobre um grupo de 7 Lordes. Cada Lorde governa sete Regentes. Cada Regentes administra uma capela e seus aprendizes. Meerlinda, a quem Thomas se refere, é uma das conselheiras do próprio Tremere.

Não havia necessidade de se preocupar com mortais, as exigências dos rituais de proteção eram gestos precisos, mas perfeitamente discretos e palavras incompreensíveis, mas facilmente sussurráveis. Meerlinda os havia feito para ser assim.
Thomas estava feliz, finalmente a adaga estava pronta para cumprir sua missão após um grande e necessário tempo de amadurecimento em que as energias corretas puderam se acumular em sua lâmina.
Relâmpagos rasgavam furiosamente o céu noturno no ritmo preciso da quebra dos diversos rituais de proteção como se a própria natureza estivesse irritada. E no mesmo instante que o último fora quebrado, a tempestade duplicou sua intensidade e se podia ver nuvens negras cobrindo todo o céu Londrino.
Era simplesmente perfeito, a pequena arma repousava em sua mão, mas nem mesmo Thomas podia ver o sabia estar ali, e que se escondia dentro da adaga. Não podia nem mesmo sentir com seu toque os eventos pelos quais a peça fria havia passado. Qualquer um que a tocasse julgaria estar segurando uma adaga mundana. Teria sido somente Meerlinda a depositar sobre o pequeno objeto tal propriedade, ou teve auxílio dos outros membros do círculo interno mais versados em dissimulação? Era um delicioso mistério, mas Thomas sabia que era hora de partir.
O Tremere só permite que a adaga se torne material quando sua mão está oculta dentro de seu já encharcado bolso. Thomas se vira, apenas para perceber que a rua está vazia, completamente vazia sem uma viva alma nas imediações. Mesmo com a ação da forte chuva, isso seria impossível. Inconscientemente o Tremere semicerra os olhos em desconfiança.

A experiência de jogar de Tremere é extasiante, enigmática, mística, mas sobretudo PERIGOSA! As habilidades do clã dos feiticeiros e sua capacidade de sobrevivência atestada por sua história, geram receio, medo e indignação entre os demais clãs. No mundo das trevas isto constrói o palco perfeito para que muitos anseiem por separar em definitivo as diversas partes do seu corpo. É preciso estar preparado para lidar com isso, pois este é o preço de se jogar de Tremere. Para quem gosta de mistério, ocultismo e perigo, o clã dos feiticeiros é absolutamente perfeito. Mas em jogo esteja sempre preparado para tudo, se quiser sobreviver.

Para um ouvido humano, o silêncio seria absoluto. Para um ouvido de um cainita comum, o silêncio seria absoluto. Para ou ouvidos de Thomas, os passos imateriais apressados indo em sua direção eram facilmente detectáveis. Alguns vinham a seu encontro e outros rodeavam as imediações num movimento circular como se estivessem procurando alguma coisa.
Sem analisar suas possibilidades, o Tremere invoca uma velocidade inumana e se dirige velozmente na direção contrária. Ainda que a rua estivesse cheia, em tal velocidade seria bem provável que ninguém o visse passar (3).
Poucos momentos depois, contra a sua vontade, seus passos foram ficando cada vez mais lentos, até se reduzirem pela metade, depois pela metade da metade e assim por diante. Estava claro que havia forças sobrenaturais agindo sobre ele (4).

Muitos são os poderes de feitiçaria do mundo das trevas e os Tremere não são os únicos a controlá-los. Mas dentro do universo cainita, os versados em feitiçaria no clã Tremere constituem a regra, e nos demais a exceção. Fora do universo cainita temos feiticeiros de natureza mortal e sobrenatural. Todos possuem terríveis poderes que não devem ser subestimados.

De forma absurdamente rápida seus perseguidores o alcançavam. Thomas ainda concentrado nos passos imateriais quase chegando, só conseguia pensar na adaga, e em Meerlinda que confiara nele para aquela missão. Thomas sabia o que estava em jogo, precisava cumprir seu objetivo.
O Tremere ordena que a vitae reforce o seu corpo, até o limite de suas forças. Adicionalmente, ainda correndo, conjura 3 pequenos objetos (5) e os lança com força no ar, mantendo-os lá em cima pela força de sua vontade e de seu sangue (6). Num determinado momento a tração invisível que o detém se torna forte demais, Thomas é obrigado a parar, ao mesmo tempo em que o arrepio precognitivo em sua coluna vertebral (7) o dizia que era hora de lutar contra seus instintos para não se mexer.
Imediatamente depois disso, uma mandíbula gigante de um lobo surge do outro lado da película e abocanha Thomas, segurando o vampiro pela barriga e suspendendo no ar. Mas a criatura logo o larga em função da runas de proteção em seu sobretudo, e se contorce de dor. Thomas estava livre do ataque mas o sobretudo destruído não o protegeria uma segunda vez.
Surpresa e extremamente irritada, a criatura meio lobo assume sua forma mais aterradora e diz:

- Hora de pagar pelo que você e os seus fizeram com nossos ancestrais, criatura! Achou mesmo que esqueceríamos?

Como uma seita dentro de uma seita, a verdadeira força dos Tremere vem do grupo, da frente unificada representada por eles. Geralmente ao enfrentar um, você estará enfrentando todos. Isso não significa que seja impossível isolar um Tremere para destruí-lo, e sozinho um Feiticeiro pode pouco contra os inúmeros inimigos do clã. Ao jogar de Tremere, mantenha sempre boas relações com seus companheiros de sangue. Não é exagero dizer que você É O SEU CLÃ e sem ele, você nada é.

A bravata era apenas uma distração aos ataques de outros dois lobisomens que também vinham da Umbra. Os garou não sabiam mas Thomas podia vê-los no mundo espiritual (2) e não foi difícil evadir-se da maioria dos débeis ataques. Débeis apenas porque os garou os julgavam indetectáveis. Da maioria, não de todos. Os poucos que acertaram deixaram claro para Thomas a razão pela qual não convém lutar fisicamente contra lobisomens.
O Tremere havia sido ferido por cortes profundos das garras, e fora lançado no ar como uma peteca, impelido por uma força bruta que jamais vira, chocando-se contra um automóvel estacionado com tal impacto que quase chegou a atravessá-lo - após voar por diversos metros.
Apesar de não ter sido abraçado pela morte final, sabia que se não fosse pela excelente resistência da constituição de seu corpo (8), ela certamente estaria neste momento dançando alegremente sobre suas cinzas.

Satisfeito, o último dos agressores diz:

- Hoje é dia de restituição, tanto da glória que nos pertence, como da cabeça que em breve cairá de seu pescoço.

O berço do clã Tremere foi a Transilvânia, uma terra disputada pelos Demônios Tzimisce e pelos Senhores das Sombras. Os primeiros são o que há de pior entre os filhos de caim, os segundos provavelmente são seu equivalente entre os filhos.. do que qualquer que seja a monstruosidade que gerou os lobisomens.

O Feiticeiro se esforça para ficar de pé, apoiando suas mãos na crescente poça de sangue oriunda de seus ferimentos, cuidando para se livrar de um pedaço de vidro estilhaçado que assim como ele, desprendia-se do veículo. Seu corpo nunca estivera tão danificado, mas sua mente permanecia ainda mais concentrada. Os diferentes cursos de ação se ofereciam rapidamente a seus pensamentos. O melhor a fazer era ganhar tempo, erguendo uma carga física para melhor se livrar de uma carga mental.
Thomas age de forma pouco usual ao clã e faz uso de grande força física erguendo o carro ameaçadoramente, quando um arrepio precognitivo percorre sua coluna (7).
Um dos garou o alcança num único e absurdamente logo salto (9), pousando bem diante de Thomas antes mesmo que o feiticeiro sequer o pudesse perceber, ainda que o tamanho da criatura fosse o dobro da estatura do Tremere. O lobisomem se abaixa debochadamente, para antes de rasgar sua garganta, encarar Thomas face a face com um largo sorriso onde se podia ver suas aparentemente intermináveis fileiras de dentes. Mas inexperientemente comete o erro de olhar o Tremere nos olhos.



Além da Taumaturgia, as disciplinas naturais do clã Tremere são Auspícios e Dominação. Auspícios os dá a visão sobrenatural que precisam para não serem enganados, e Dominação os permite comandar o que seus olhos enxergam.

Thomas o ordena com Dominação que fique imóvel e em seguida lança o veículo nos demais lobisomens. Estes avançam pelos flancos evitando o lugar da colisão com extrema facilidade. As criaturas cercaram o feiticeiro e poucos metros os separavam do Tremere ferido e com a guarda aberta.
Mas era exatamente isso que Thomas desejava. A verdadeira colisão que o Tremere pretendia infligir vinha de um ângulo incomum, o de cima. As 3 adagas de prata que conjurara poucos momentos antes fizeram seu caminho pelo crânio dos lobisomens, com exceção do que estava Dominado, graças a ajuda pequenina da magia de sangue de Thomas , e mais que suficiente ajuda da própria gravidade.
O Tremere observa os 3 voltarem as suas formas humanóides enquanto pensa que é fácil evadir-se de um ataque grande e óbvio, mas que são os pequeninos e sorrateiros que pendem a balança noturna desde eras passadas. Principalmente contra aqueles que confiam demais em sua força física.
O feiticeiro ordena através de seu sangue que a adaga de Meerlinda paire no ar atrás do Garou restante, enquanto ele próprio se dirigia para frente dele.

- Os outros que nos rodeiam, quantos são? – o Tremere o ordena a responder
- Quatro! – a criatura responde com imensa fúria nos olhos, incapaz de se mexer.
- Quais são os seus nomes? – O Tremere pergunta sem alterar o tom de voz.

A criatura responde e Thomas fica absorto ponderando por alguns segundos. Visivelmente decepcionado ao ouvir os nomes relatados o Tremere agradece, e com a força de sua mente joga a adaga de Meerlinda no garou, de modo semelhante como fez com os anteriores. Depois a remove do corpo, a guarda no bolso e começa a analisar sua rota de fuga.

Entretanto assim que se vira, o Garou se ergue mesmo depois de ter a adaga de Merlinda cravada na cabeça, pegando Thomas de surpresa. Tal como se tivesse ressuscitado, o monstro ataca o Tremere com fúria o bastante para obliterar qualquer pensamento racional.
Desta vez O feiticeiro é acertado em cheio. Mesmo com sua resistência, ganhou ferimentos que não podia ignorar. Por reflexo, o cainita conjura as chamas mais intensas que seu sangue permitia em cima da criatura, que agoniza e morre bem antes do esperado pelo vampiro. Aparentemente a criatura havia voltado para dar um golpe final, e também morrer com apenas mais um último golpe.

Só para não ficar dúvida, o lobisomem levantou por causa do teste de reanimação.

Com ferimentos grandes demais, Thomas não podia mais correr. Também não achava que poderia se esconder. O feiticeiro não queria que aquela fosse sua primeira falha, mas suas chances estavam draticamente reduzidas. Não havia tempo suficiente para curar suas feridas antes que fosse interceptado. A tentação de se alimentar do sangue do garou para recuperar parte de suas forças era grande, mas Thomas não podia ceder.
Os passos imateriais pararam de circular o lugar e se dirigiam até ele. Tais passos, perturbadoramente próximos, ecoavam na mente do cainita mais intensamente do que os furiosos trovões da tempestade. Não havia dúvida que os demais faziam uma estratégica busca por reforços que pudessem ajudar o feiticeiro. O primeiro grupo de garou provavelmente era de aprendizes, os quatro restantes deveriam ser seus mestres. Thomas sabia que os próximos ataques não seriam imprudentes como os anteriores.
Cambaleante, o Tremere se dirige para a mais próxima rua sem saída e cai no chão encharcado, aparando a queda com as mãos pois até mesmo ficar de pé era doloroso.
O tempo ditaria seu destino. Thomas considerava que pelo menos aquela noite de furiosa ventania e relâmpagos era agradável para ser a de sua Morte Final.
Contudo, a idéia de falhar com Meerlinda o incomodava mais do que a de ser destruído. Ainda havia uma missão a ser cumprida e o Feiticeiro estava decidido a carregar seu fardo até o fim.
Não tardou para as 4 figuras embora ainda na umbra, se tornarem visíveis aos olhos de Thomas, olhos capazes de ver o imaterial. O Tremere e os garou, separados por alguns metros e pela película, se encaram por um instante e depois, após se espalharem, um deles penetra no mundo físico e diz:

- Sua presunção é quase inacreditável! Sozinho? Humph !

Instantaneamente Thomas chama seu sangue para incendiá-lo, aproveitando-se que se encontra no mundo material. Entretanto as chamas não o afetam em nada, na verdade mesmo com a fúria da tempestade brilham no corpo do monstro com mais intensidade e sem o comando do feiticeiro (10). O medo vermelho por muito pouco não se apodera de Thomas. Em seguida o garou conjura uma vasta quantidade de chamas e as lança no Tremere (10). O cainita se esquiva na única direção possível, contudo é atingido parcialmente pelo fogo. Além disso, já havia um ataque de garras de um outro garou a caminho daquela direção, pronto para interceptar o corpo de Thomas.

As garras o atingem no peito, mas não conseguem perfurar o Tórax, para grande e nítida surpresa do lobisomem. Como resposta, numa fração de segundo o Tremere é espremido contra a parede pelo forte braço da criatura, bem mais forte do que o dos garou anteriores. O mesmo lobisomem em seguida puxa uma adaga com seu outro braço e desfere um poderoso golpe contra a garganta do vampiro. Um arrepio precognitivo estremece os sentidos de Thomas (7) como nunca antes em séculos de existência, demonstrando que aquela não era uma adaga comum - provavelmente era um fetiche capaz de ignorar defesas sobrenaturais, mas a velocidade do lobisomem não dava espaço a qualquer reação (11).

Fetiches são objetos (geralmente armas) dotados de poderes sobrenaturais em função de espíritos aprisionados (ou de espontânea vontade) em seu interior. Os garous possuem diversos fetiches e os fabricam com facilidade. O clã dos feiticeiros também é versado em tal habilidade, contida na trilha da manipulação espiritual.

Entretanto no último instante, um braço de aparência demoníaca surge de dentro da parede e segura o antebraço do garou.
Emergindo da própria parede, uma gárgula surge e usando a força de seus 2 braços, com extrema facilidade subjuga a força do garou e velozmente volta a adaga contra o pescoço do mesmo. Até um observador leigo perceberia que a gárgula é bem versada na disciplina potência.
Desta vez o que impede a adaga de chegar a seu destino é uma boca gigante vinda da umbra, de um terceiro atacante, que abocanha a cabeça do gárgula, o joga nos braços do garou em chamas e logo em seguida se junta no ataque ao próprio feiticeiro.

Gárgulas são criações de Virstânia. No inicio da vida do clã Tremere houve a necessidade de criação de guarda-costas capazes de enfrentar as diferentes frentes inimigas. Em 1121 a primeira gárgula foi criada, seu nome era Chaundice. Nas noites modernas o número de gárgulas a serviço dos Tremere não se compara ao de eras passadas, mas elas ainda existem e muitas ainda estão a serviço do clã.

No curto espaço de tempo até a gárgula chegar a seu destino, os 2 garous próximos ao Feiticeiro desferem seus poderosos ataques. Contudo, Thomas parece ter tomado a fúria da tempestade em si e brilha com a intensidade de um trovão(12). Por uns instantes todo o corpo do vampiro parece feito de revolta eletricidade. Os 2 garous são jogados longe mas logo se recuperam, para com ainda mais ferocidade atacar o Tremere. 




Infelizmente para os lobisomens, agora existia uma película vertical de água entre eles e o vampiro(13). E apesar de todos os esforços brutais regados a rosnados monstruosos, as criaturas não puderam ultrapassá-la, nem mesmo pela Umbra.

Enquanto isso, a gárgula em pleno ar corrige sua posição ao mover suas asas, para atacar o lobisomem em chamas. Ela tenta acertar o garou, mas este se desvia e o golpe atinge o solo, criando uma pequena cratera(14). As duas criaturas trocam potentes golpes, cuja mera onda de impacto seria capaz de desequilibrar e derrubar uma pessoa desavisada. Durante a troca de golpes se vê que o garou não faz frente a terrível força bruta da gárgula.
Usando algum poder estranho o lobisomem finalmente consegue agarrar e manter a gárgula presa em seus braços (15), e esta se encolhe dentro de suas asas. Um abraço fatal havia se iniciado e a gárgula começa a ser destruída pelo fogo. Além de atordoada pela dor, estava imobilizada e com o peso do lobisomem sobre ela, sendo alvo de diversas mordidas. Apesar de possuir nitidamente mais força física, a gárgula presa por algum poder sobrenatural, não conseguia se soltar. Mesmo estando encolhida em suas asas, o cheiro de carne morta-viva queimada preencheu rapidamente todo o lugar.

Thomas olha na direção do garou em chamas e este as intensifica ainda mais. O Tremere não consegue executar a ação que pretendia em função do medo vermelho rugindo em seu íntimo cada vez mais forte até quase dominá-lo. Assim sendo o Tremere se vira para trás, olha por um instante na direção da película de água, onde estavam seus 2 oponentes, e observa como todos cuidadosamente evitam seu olhar. Ele deliberadamente dispersa a película de água e com incrível velocidade ambos os atacantes o interceptam. A mortífera adaga fetiche desenha seu arco fatal no ar na direção do feiticeiro, mas Thomas ainda imóvel, não sente qualquer calafrio.

O garou empunhando a adaga, a larga no ar bem próximo a Thomas mas o próprio monstro continua sua trajetória, indo agora em direção ao garou em chamas, pois sem aviso, seu corpo se rebelara contra a sua vontade (16), embora estivesse certo de que não olhou nos olhos do feiticeiro. Thomas segura a adaga ainda no ar e a usa para atacar o lobisomem que vinha logo atrás. A ferocidade deste segundo oponente age como sua pior inimiga, pois estando cego pela fúria e traído pela surpresa, não pôde se esquivar. O sangue de sua garganta pintou as roupas de Thomas de carmesim. Entretanto o feiticeiro também recebeu um ataque que abriu seu abdômen, deixou a mostra suas costelas e acabou com a pouca mobilidade remanescente em suas pernas.

Vendo que seu companheiro estava prestes a atacá-lo, o lobisomem em chamas extingue as labaredas e materializa um muro vivo de terra que mudava de posição sozinho (17), de modo a interceptar os ataques de qualquer ângulo. Agora em liberdade, a gárgula, com as asas completamente destruídas, se junta ao ataque. O muro movia-se rapidamente e com sucesso bloqueava todas as investidas, tanto da gárgula como de seu amigo dominado.
Num determinado momento a gárgula ao invés de golpear o muro, mergulhou dentro dele e conseguiu sair do outro lado (18), surpreendendo e acertando o garou em cheio com toda a força de sua potência, atordoando-o. A gárgula e o lobisomem anteriormente privado do controle de seu corpo dirigem suas garras para um golpe final no metamorfo indefeso.

Mas isso não acontece, para espanto do feiticeiro.

O lobisomem atacante abruptamente recupera o controle de seu corpo, surpreende a gárgula e com facilidade arranca sua cabeça. Seu companheiro em poucos instantes se levanta e está preparado para dar cabo do cainita.

Thomas não podia mais se envolver em combates físicos, seu corpo perdera a maior parte da mobilidade necessária a um combate. Só disciplinas mentais salvariam o Tremere, mas elas não o obedeciam. As chamas recusavam-se a surgir. Mesmo com toda sua vontade somada à força de seu sangue, não conseguia submeter o corpo de nenhum dos 2 lobisomens aos seus comandos. Do mesmo modo a película de água não se erguia. As formas e cores do mundo sobrenatural se apagaram. Cada uma de suas disciplinas se mostrava ausente. O feiticeiro, de alguma forma estava completamente despido de seus poderes sobrenaturais (19).

Só havia uma coisa capaz de explicar isso, e ao compreender o que ocorria o Tremere diz:

Maldita seja vc, Juliane. E maldito seja eu por deixá-la viver.

Uma voz feminina vinha por trás de Thomas. Era uma garou com uma notável cicatriz na face, e ela dizia:

- Extasiante saber que vc ainda lembra do meu nome, afinal eu era só uma criança.

O feiticeiro instintivamente se vira e um de seus braços é arrancado pelas mandíbulas da garou fêmea. Desta vez não houve a resistência sobrenatural do corpo de Thomas. O braço foi extirpado com a mesma facilidade com a qual arrancamos um único fio de cabelo da cabeça. Em seguida ela agarra e joga o Tremere na rua, na metade do caminho entre Juliene e os outros 2 garous.

Enquanto exibia sua garras, a voz feminina continuou:

- Lembra quando eu estava com medo e indefesa diante da morte certa? Lembra-se daquela noite na qual eu rastejava e você vinha atrás de mim depois de matar meus pais e avós para roubar nossa honra? Não lhe soa magnífico que a história tenha se invertido?

Com um sinal com a cabeça da garou fêmea, o outro garou novamente se incendiou e em seguida esticou o braço na direção de Thomas, dirigindo um gesto ao feiticeiro.. um gesto necessário para acionar algum poder sobrenatural. Depois disso uma irresistível e intensa força obrigava o Tremere a se dirigir até as chamas (20). De um lado estava o garou em chamas e do outro, a garou fêmea. Thomas estava entre a morte pelo fogo ou a morte pelas garras. Como o medo vermelho ameaçava dominá-lo, Thomas não podia se arrastar rápido o bastante para se afastar da garou fêmea, e portanto teve uma de suas pernas arrancada por Juliene.

- Pq não nos disse que viria, Juliene? – pergunta o garou em chamas.
- Pelo mesmo motivo pelo qual me movi tão vagarosamente pela umbra. Pq caso contrário ele saberia e poderia se antecipar.

O garou que inicialmente segurava a adaga fetiche, se aproxima e pisa no rosto do Tremere, cortando-no com as garras dos pés diversas vezes. Este se admira do fato do vampiro ainda estar ativo, pela experiência que tinha, certamente já havia recebido ferimentos para matá-lo diversas vezes (21), ainda mais agora que estava privado de todos os seus poderes.
O feiticeiro impelido pela força sobrenatural de atração do lobisomem em chamas, se arrastava para a direção do fogo e para longe de Juliene, recebendo golpes terríveis no caminho. Não havia como o vampiro se defender, todos os seus poderes o abandonaram, até mesmo a força sobrehumana.

- Como me deixou viver naquela noite eu vou lhe retribuir a gentileza. Não posso dizer o mesmo sobre meus companheiros.

O tom de vingança, fúria e revanchismo era evidente naquela voz feminina. Aquela era uma vingança esperada há décadas pela garou fêmea, e estava sendo saboreada como tal.

Thomas chega suficientemente próximo de seu algoz para que este o pegue e o levante. O ferido feiticeiro com vagarosidade puxa a adaga de Meerlinda e esboça um inútil ataque. Com facilidade a adaga é removida de sua mão e jogada para Juliene. Esta pega a arma jogada para ela e diz:

- A adaga de meus ancestrais! Hoje é verdadeiramente um dia glorioso. Saiba disso e morra, criatura das trevas!!

Assim que Juliene segura a adaga, um relâmpago vermelho surge no horizonte. Em seguida os olhos de Thomas mudam de postura e um disfarçado sorriso se faz presente. Seu algoz em chamas ergue o braço para o golpe final em seu coração. Vendo que sua hora se aproxima, Thomas quebra seu silêncio e diz:

Não deseja saber a real razão pela qual te poupei naquele dia?

A lobisomem responde:

- Há uma resposta válida ou você só quer adiar um pouco a sua morte?

O vampiro prossegue:

- Apesar do grande desejo de me matar, certamente esta pergunta, mais do que qualquer outra, a esteve assombrando durante todos estes longos anos, não? Eu sei que você quer conhecer a resposta ao invés de enterrá-la comigo.

Diante de um sorriso de deboche e de uma resposta afirmativa da garou, o feiticeiro responde abrindo também um debochado sorriso. No mesmo momento o vampiro gira o braço e com incrível força rasga a garganta de seu suposto algoz, usando garras manifestadas em seu agora único braço (22), levando o garou a morte. Ao ser solto o vampiro olha nos olhos de seu pretenso, e agora moribundo algoz e diz:

- Presunção minha, huh?

O vampiro cai no chão dando um soco no solo, contudo o impacto se manifesta embaixo do garou que carregava a adaga fetiche capaz de ignorar defesas sobranturais, jogando-a a vários metros de distância.

- A resposta é porque tive pena dos seus belos olhinhos de vira-lata, bem diferentes dos de sua mãe.

Sem acreditar em seus olhos, Juliene diz:

- Im-impossível, minha força ainda está ativa sobre você.

Juliene e o outro garou atacam, mas Thomas assume forma de névoa (22) e começa a subir para se deixar levar pelos ventos da tempestade. Furiosa, Juliene reúne toda sua vontade e novamente usa o dom patas de filhote recém nascido. No mesmo momento a forma de névoa de Thomas se desfigura como uma imagem borrada de televisão, depois a névoa ressurge e o corpo do vampiro começa a se formar novamente em carne. O vampiro cai ao solo, novamente sem poderes. Juliene e o outro lobisomem rasgam o Tremere impiedosamente. O sangue de Thomas se espalha por toda parte, mas logo restam apenas cinzas do poderoso feiticeiro.

Uivos de ira e dor ecoam na tempestuosa noite londrina. Chorando, Juliene ergue a adaga de seus ancestrais ao céu em sinal a uma tarefa cumprida e da honra restabelecida. Os garou recolhem os seus mortos e partem.
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Um observador pairando sobre os céus poderia ver um terraço próximo, onde uma neblina começava a se condensar num único local. Pouco a pouco uma forma humana ferida começa a surgir, era Thomas.
Apoiando-se numa perna e num braço o feiticeiro lutava contra a força da besta, desesperada para sair de sua jaula, uma vez que o Tremere estava faminto e enfraquecido.

- Objetivo alcançado. Acabou, ou melhor... acabou de começar.

Saindo de um poderoso efeito de ofuscação combinado com um poderoso componente místico, nove tremeres podiam ser vistos no mesmo terraço, logo ao lado do lugar onde Thomas havia aparecido. Oito deles estavam bastante feridos (21) e sentados em lugares coincidentes com as extremidades de um símbolo místico desenhado com sangue e fogo no chão – O último membro era uma mulher de pé no centro do símbolo. Esta mulher, sem qualquer ferimento responde a Thomas.

Adrienne:  - Sim, começou. Por um momento eu achei que Julienne não viria.

Com um gesto desta mulher, os outros Tremeres se levantam e vão ajudar Thomas.

Thomas: - Eu sabia que ela viria. Ainda vai levar muitas gerações para estes cães aprenderem a pensar com um arco de décadas, muito menos séculos.

Adrienne: - Sim, ela certamente buscaria vingança diante de sua dor. E nossas evidências plantadas foram impecáveis.

Thomas: - Preste atenção na lição de hoje minha cria - ainda que não seja perceptível, a derrota acompanha os tolos que movem suas ações baseados apenas em vingança.

Adrienne: - Entendo. Quais são as ordens agora?

Thomas: - Comunique o completo sucesso da missão a Meerlinda, agradecendo em meu nome a respeito do inesperado efeito repulsor de testemunhas inserido na quebra dos rituais de proteção da adaga. Naturalmente ela irá perguntar sobre os pormenores envolvidos. Relate que todas as exigências ritualísticas foram obedecidas, que os garous foram mortos sem ingestão de sangue e sem influências externas salvo pela gárgula e pelo nosso ritualístico compartilhamento de dano, tal como ordenado. Relate também que a adaga foi levada “a força” pelos cães sem que nenhuma suspeita tenha sido levantada. Relate a nossa Conselheira que seu Cavalo de Tróia foi entregue, e como todas as suas exigências foram atendidas, ele está portanto, ATIVO.

O Tremere puxa de seus bolsos os frascos inquebráveis (1) e os entrega para a mulher. Thomas nunca os havia confiado a guarda de ninguém, mas agora os entregava a sua cria. Este gesto de confiança surpreendeu a mulher. Nenhuma palavra foi dita, mas ela sabia que deveria guardá-los até que seu senhor se recuperasse dos ferimentos desta noite. Sete dos Tremeres levaram Thomas para a capela, enquanto a mulher permaneceu no terraço acompanhada de um feiticeiro que por sua vez era cria dela

Sebastian: - O que a perturba, minha senhora? A missão foi um sucesso. Apesar de eu não ter compreendido um certo detalhe.

Adrienne: - Este é um assunto impróprio para o momento. O que você não compreendeu?

Sebastian: - Como seu senhor foi capaz de usar disciplinas depois de ter sido privado de seus dons? Como sobreviveu depois de ser expulso da forma de névoa e dilacerado?

Adriene: - Os poderes que usou não eram os dele, vieram através do ritual Drenagem Através dos Laços. E ele não foi expulso da forma de névoa, tudo foi uma poderosa ilusão realizada com Quimerismo através do mesmo ritual (23). Deixe-me sozinha agora.

O feiticeiro assim obedece. Sua senhora ficou olhando a tempestade em silêncio. A intensa chuva mascarava as silenciosas lágrimas de sangue enquanto ela apertava com furioso vigor um dos frascos componentes do ritual Drenagem Através dos Laços, entregues a ela por seu senhor. 

A Tremere traz diante de seus olhos o frasco, que se não fosse inquebravel, estaria destruído pela força de esmagamento de sua mão, e pensa:

Então quer dizer que a maldita desgraçada ainda está viva?

No frasco é possível ver um nome escrito em latim, e o símbolo do clã Ravnos.

Continua no conto Ravnos. Para ler o conto Ravnos clique ( aqui )

(1) - Componente ritual de Drenagem Através dos Laços
(2) - Linha da Manipulação espiritual
(3) - Rapidez - Zéfiro
(4) - Dom de lobisomem - Deter a fuga dos Covardes
(5) - Linha da Conjuração
(6) - Linha do Movimento da Mente
(7) - Auspícos - Precognição
(8) - Fortitude
(9) - Dom de Lobisomem -Salto da Lebre
(10) - Dom de Lobisomem - Beijo de Helios
(11) - Dom de lobisomem - Espirito da batalha
(12) - Linha de Levinbolt - Olho da Tempestade
(13) - Poder de Netuno - Parede Fluente
(14) - Potencia - Golpear a Terra
(15) - Dom de Lobisomem - Garras do Falcão
(16) - Domínio da casca mortal - Marionete
(17) - Dom de Lobisomem - Parede de Granito
(18) - Visceratika - Fluir pelas Montanhas
(19) - Dom de lobisomem - Patas de filhote Recém Nascido
(20) -
(21) - Ritual de compartilhamento de dano
(22) - Metamorfose
(23) - No caso foi um poder de alto nível de Quimerismo utilizado com o uso do ritual taumatúrgico oficial "Drenagem Através dos Laços", que permite usar disciplinas de outros membros que o taumaturgo tenha laço de sangue.



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