Esse conto ficou foda! É o segundo conto da saga!
CONTO RAVNOS
O verdadeiro Ravnos...
Las Vegas
Na Cobertura de um Hotel
extremamente luxuoso, agregado a um Cassino igualmente luxuoso
Duas
figuras femininas de trajes idênticos estão frente a frente encarando-se
vaidosamente. Ambas movem-se com graça e em perfeita sincronia, já que entre
elas há um grande espelho cobrindo quase toda a parede. Sara e sua imagem no espelho parecem
analisar-se mutuamente em busca da mais tênue imperfeição em seus trajes.
Observando
mais ao longe, naquela espaçosa e luxuosa cobertura, há um gato branco deitado
numa cama de casal, a espera de afagos e de atenção enquanto sua dona escolhe a
vestimenta apropriada para aquela noite. Embora “escolher” não seja a palavra
adequada para aquela situação incomum, pois Sara está criando suas roupas
utilizando ilusões de quimerismo.
- Gostou deste vestido minha
querida? (A figura indaga ao gato)
Diante da falta de reação do
animal, a mulher diante do espelho com um pensamento faz as alças em seus
ombros sumirem, o comprimento de seu vestido aumentar e a cor vermelha se
tornar mais viva. Depois disso, de forma provocativa a figura feminina
questiona:
- Melhorou agora?
Desta vez o animal desce de seu pretenso trono acolchoado e
vai ao encontro de sua dona.
Satisfeita,
a figura feminina afaga seu animal de estimação e já com ele no colo aperta o
botão do elevador panorâmico de sua suíte para ir novamente até o cassino.
Já
dentro do elevador, a energia pulsante do panorama da cidade fazia Sara sorrir.
Contudo, toda a luz e brilho de Vegas parecia pálido diante dela. Suas formas
perfeitas, seu rosto angelical, seus cabelos lisos, longos e negros seduziam a todos
os homens que a viam, e causavam inveja nas mulheres que com os olhos a fuzilavam.
Seu ar magnético atraía a atenção tanto de mortais como de cainitas nas
movimentadas mesas de jogo. Homens jogavam junto com ela para ganhar um pouco
de sua atenção, e mulheres jogavam contra ela para tentar tirar-lhe o brilho,
todos sem sucesso.
Entretanto,
neste cassino em particular algo mais sensacional parecia não ter chamado a
atenção de ninguém nas noites anteriores: a incrível sorte sobrenatural de
Sara. Salvo por uma única funcionária
cainita do cassino que por 3 noites a observava cuidadosamente ao longe,
ninguém incomodava Sara. Deste modo os dados e cartas haviam sorrido para as
suas jogadas, a multidão adorara e torcera por ela. E tinha sido assim por 3
noites sem qualquer interferência da administração. Isto estava por mudar em breve.
Homens
abastados, mulheres da alta sociedade com seus mimados animais de estimação,
mortais de renome e fama (e de infâmia) assim como transeuntes em busca do
sonho improvável de riqueza preenchiam o ambiente. Dentro daquelas paredes,
vidas arruinadas explodiam em prosperidade num mero instante enquanto outras
vidas de opulência eram completamente arruinadas com um simples toque do
destino, e nada no mundo agradava mais a Sara naquele momento. Ali, ser um
gigante ou um mero inseto, ser a presa ou o predador podia ser apenas uma
questão de momento.
Sara
sai do elevador e entra no cassino, seus olhos negros e perspicazes
esquadrinhavam constantemente o local em busca de novas oportunidades e novas
emoções, mas tudo que conseguiam captar era o olhar de admiração dos clientes
do cassino, bem como a crescente inquietação dos seguranças e convergência das
câmeras em sua direção. Ao perceber, que 9 câmeras apontavam para sua posição,
sua impecável vaidade a fez perguntar a si mesma:
“Mas por que só hoje?”
A resposta veio dois minutos
depois quando um grupo de 4 homens imponentes desceram uma escada acompanhados
dos mais truculentos seguranças do cassino. Era o mesmo quarteto que descera
exatamente no mesmo horário na noite passada e também na noite retrasada.
Apesar
de morta, Sara sentiu o equivalente a um impulso de adrenalina em seu sangue.
Uma oportunidade irresistível se desdobrava diante de si, e ela sendo uma
Ravnos, não poderia deixar de render-se a tão tentadora oferta. Sara
rapidamente pega sua gata e se dirige para a mesa de pôquer onde sabia que os
quatro homens iriam, já que também haviam feito o mesmo nas noites anteriores.
A dama de vermelho sentou e ficou a acariciar sua gata na espera da nova rodada
de cartas com os novos participantes.
Sem muito
esforço Sara ganhou o olhar e cobiça do líder do quarteto, um astuto Brujah
chamado Carlos. O jogo inicia e a admiração inicial de Carlos se torna em
interesse, pois ele NUNCA havia perdido naquela mesa. Um interesse que se
tornava crescente com as vitórias de Sara, uma vez que no poker a vitória é
frequentemente determinada pela perspicácia e habilidade, quase nunca pela
sorte. O interesse de Carlos aumenta ainda mais ao perceber a astúcia de Sara,
que no segundo conjunto de rodadas, perde de propósito para instigar os demais
participantes. No final da 3a e decisiva rodada, os demais participantes já
haviam sido eliminados e restavam apenas na mesa Carlos e Sara. Carlos decide
aumentar o nível da aposta e desafia Sara para uma rodada “tudo ou nada”.. Sara
sorri maliciosamente e aceita. Carlos propõe que a vitória no próximo lance de
cartas dê ao vencedor uma recompensa única que não seja em dinheiro, um pedido
único e que não possa ser copiado pelo adversário. Sara aceita a premissa e
diz:
- O que o nobre cavalheiro propõe?
- Quero q bebas do meu sangue por 3 noites consecutivas.
Sara sem sequer desviar o olhar prossegue:
- Interessante...uma aposta digna de alguém realmente
ambicioso. Imagino que eu também possa fazer um pedido igualmente ambicioso
para me servir de recompensa caso vença.
Desta vez é Carlos quem sorri maliciosamente.
- Sim claro, desde que não seja o mesmo pedido, tal como
concordamos.
- Então eu vou lhe dar duas opções de recompensa nobre
cavalheiro, para que possas escolher a que mais lhe agradar. A primeira é: eu
quero que você use todo o seu poder e influência para me levar para um lugar
muito longe daqui e me colocar sob sua proteção CUSTE O QUE CUSTAR.
Carlos, imensamente surpreendido com um pedido digno de
alguém que está fugindo de algo ou alguém, diz despido de qualquer sorriso:
- E qual a segunda?
Sara olha diretamente nos olhos dele, disfarçadamente passa
a língua em suas presas e diz:
- A segunda é que eu quero saborear a sua ALMA.
Depois disso Sara sorri como se tivesse feito uma piada, mas
Carlos soube pelo olhar predatório ao se pronunciar, que era uma frase de
alguém que estava falando MUITO sério. Subitamente Carlos sente um estranho
calafrio tal como um rato diante de uma serpente e se arrepende amargamente de
ter subido as apostas.
- Bom, então acho q vou preferir a primeira. Estou de viagem
para Cuba, aonde vou ficar em meu modesto estabelecimento, o Mira Guardia.
Estou certo de que vai gostar de sua estadia por lá.
Sara sorri como quem conseguiu o que tanto queria, embora
não estivesse claro para ninguém o que exatamente ela queria.
O croupier
recebe autorização e a primeira mão de cartas é distribuída. Ambos os
participantes olham-se nos olhos a cada nova carta recebida, avaliando cada
reação, cada mínima pista que pudesse revelar suas intenções e suas cartas. Os
dois vampiros são extremamente habilidosos em dissimulação, não era a toa que
meros humanos não tinham sucesso naquela mesa.
Depois
que todas as cartas haviam sido dadas e
vistas pelos respectivos adversários, Carlos com muita confiança quebra o
silêncio:
- Humm, nobre dama... Depois do resultado desta última mão
eu espero que a recompensa seja cumprida de imediato (Carlos mostra um cálice e
faz um gesto indicando que é nele onde pretende derramar seu sangue). Caso
contrário EU vou ficar muito incomodado.
Sara também observa suas cartas e diz:
- Sim, do mesmo modo que eu espero embarcar para Cuba ainda
hoje, caso contrário acredite VOCÊ vai ficar realmente muito chateado.
Carlos sorri com a sutil e clara ameaça. Mas sua parte na
aposta era simples de cumprir e por isso ele não tinha porque se preocupar.
Pelo menos ele assim ingenuamente acreditava.
Chega o
momento de mostrar as cartas e Carlos está com um Flash de espadas e o deita na
mesa. O Brujah portanto se recosta na cadeira satisfeito e confiante na
vitória. Carlos chega a segurar o cálice, mas subitamente se detém ao olhar
para Sara, que começara a vagarosamente mostrar suas cartas. Ela deita um 10 de
ouro, depois um valete de ouro, depois uma dama de ouro, em seguida um rei de
ouro.. e fica com a última carta na mão, prestes a deitá-la.
No último
momento uma mão feminina surge com uma velocidade inumana e segura a mão de
Sara antes que esta pudesse mostrar a carta derradeira. Tratava-se da
funcionária do cassino que estava a observá-la
nas noites anteriores. Carlos se
levanta da mesa irritado e pergunta o que significava aquele ultraje, pois eles
estavam no meio de uma importante jogada.
A mulher
não se importa com os protestos de Carlos e diz apenas que o Sr Harrison exigia a
presença imediata de Sara no escritório da administração, e que por isso aquele
jogo estava encerrado. Diante do nome citado pela funcionária do cassino,
Carlos estremece e decide não interferir, imaginando o que poderia ser tão
grave para ele em pessoa chamar por Sara de tal abrupta forma. A Ravnos na
distração deixa a última carta virada de costas sobre a mesa e Carlos decide
virá-la para saber se Sara estava blefando ou não, mas numa velocidade
igualmente inumana Sara pega a carta e a esconde entre os fartos seios, dizendo
enquanto sorri maliciosamente:
“Nunca saberás”.
Carlos diz: - Resolveremos isso num outro jogo.
Sara responde: - Sim, resolveremos.
Sara ao ser levada a força, mal tem tempo de chamar por sua
gata, que a acompanha com receio da turba que leva sua dona.
Sara é levada até a administração onde é deixada sozinha
numa sala espelhada. Poucos minutos depois surge um senhor de idade acompanhado
de 6 seguranças truculentos e nitidamente cainitas. Ele se apresenta como sendo
Harrison e pergunta cordialmente, avisando que só vai perguntar uma vez:
- Sara, por que vc escolheu trapacear justamente meu
cassino, que é considerado o mais seguro
pela sociedade vampírica em todo o planeta? E como você está fazendo para
trapacear?
Sara responde:
- Eu por outro lado agradeço por você ter enviado uma
representante feminina especialista em auspícios para me inspecionar durante
estas 3 noites, de outro modo eu ficaria envergonhada e ofendida de ter minhas
partes íntimas observadas tão ultrajantemente.
Harrison sorri e retira a carta dos seios de Sara. - Quer me dizer
então que esta carta é de fato real?
Desta vez é Sara que sorri debochadamente e diz:
- Quer que eu
acredite que você construiu a reputação impecável deste cassino sem ter como
verificar a autenticidade de uma simples carta? Que não tens como comprovar se
ela é real ou um construto de quimerismo, tal como as roupas que me mantém
vestida neste momento? Ou está perguntando porque vai MESMO confiar apenas na
minha palavra?
- Sim, eu tenho como verificar. Mas é sempre cordial deixar
uma pessoa se defender não? Diga-me, porque você pediu asilo a Carlos? Eu
recomendo ser absolutamente sincera por pior que seja a sua resposta, pois nos
limites deste cassino minha palavra é a lei absoluta e mentiras costumam deixar
meus associados irritados.
Sara ergue as sobrancelhas e fica em silêncio por um
instante, como alguém pensando no que vai dizer. Em seguida ela diz:
- Muito bem então! Eu pedi asilo porque tenho evidências
fortíssimas de que estou sendo perseguida por antigos inimigos extremamente
eficientes. Provavelmente morrerei em breve e decidi me divertir um pouco antes
de morrer. Espero que esta resposta satisfaça seus “associados”.
- Que inimigos são esses?
- Não sou obrigada a responder isso, basta a você saber que
é o tipo de merda que você faz no passado e que um dia volta pra te assombrar.
Se não gostou desta resposta então me mate logo e acabe com isso.
- E porque aqui?
- Sarah sorri e responde: Aqui seria um teste divertido para
a sua segurança pois enquanto eu estiver aqui, minha vida é responsabilidade
sua!!
Harrison fica estupefato!
Ele percebe toda a armação de Sara para usar a segurança do cassino em
benefício próprio, comprometendo a reputação do estabelecimento contra aqueles
que a queriam morta.
Harrison começa a especular a identidade dos possíveis assassinos.
Não era difícil chegar a conclusão de que ela não o estava provocando a toa. Se
os assassinos fossem assamitas, ele não poderia matá-la, pois dependendo da
ofensa que ela os causou, pelas leis assamitas se o fizesse, ele próprio
passaria a ser o próximo alvo. Ao ver o sorriso debochado e vitorioso de Sara, Harrison fica ainda mais surpreso e diz:
- Eles já estão aqui não é?
Ao ver que o osso da mentira, dado a ele por um aliado Tremere revela como verdadeiro tudo q a
ravnos disse, harrison toma uma decisão.
- Merda! Meu cassino não será usado para seus propósitos,
você vai voltar a seu quarto, vai pegar suas coisas e sair como se nós não a
estivéssemos protegendo e nem associados com vc. Se retornar, nós arrancaremos
todos os seus membros e a jogaremos na sarjeta com uma estaca no coração e um
bilhete de saudação aos seus algozes, estamos entendidos?
- Perfeitamente entendidos. Mas peço sinceras desculpas por
não me comover com mais uma ameaça de morte. Posso ir?
Com um aceno irritado, Harrison ordena que seus seguranças e sua
funcionária a soltem e a escoltem até seu quarto. - As duas duplas de mortais e
cainitas vão até a cobertura de Sara.
A Ravnos entra em seu quarto e começa a reunir uns poucos
objeto pessoais. Quando a ravnos se
dirige para mexer numa mala, subitamente seu corpo fica paralisado. A
funcionária do cassino que a acompanhava se despe de sua aparência falsa criada
com ofuscação e se revela. Tratava-se de Adrienne, cria de Thomas Hastings.
- Então já sabia que estávamos atrás de você? Interessante.
Meu mestre fala de ti de tal modo que quase cheguei a imaginar que matá-la
seria absurdamente difícil. Mas vejo que fui cautelosa por tantas noites a toa.
Deve estar se indagando porque está paralisada. É simplesmente porque eu queria
lhe dizer umas coisas antes de enviá-la para o inferno.
A tremere segura o
rosto da Ravnos com as duas mãos, numa graça predatória semelhante a um felino
brincando com a presa antes de matá-la. Ela o inclina para baixo para que Sara
possa ver um símbolo circular no chão com 3 metros de raio - invisível a poucos
instantes - atrás e bem debaixo de seus pés, uma astuta armadilha. O rosto de
Sara é colocado na posição normal novamente e ela pode ver Adrienne sorrindo e
com uma estaca na mão. A Feiticeira impiedosamente atravessa o coração de Sara.
Em seguida a Tremere dá uma risada e diz sussurando em seu ouvido :
“E pensar que você disse que um dia ia brincar com minhas
cinzas depois de olhar nos meus olhos enquanto minha existência acabava não é?
Estou muito decepcionada, esperava BEM mais de você Sara. Eu havia preparado
tanta coisa para o nosso confronto.
A Tremere ainda com o corpo próximo ao da Ravnos, conjura
uma bela espada e diz:
“Eu lhe daria direito a “últimas palavras” se você ainda
pudesse falar, mas meu senhor me ensinou a não brincar com o inimigo, a não dar
chances de defesa.
A Tremere coloca seu
rosto bem de frente ao de sara para em seguida com um movimento, decaptá-la.
Contudo, no último instante, a Tremere se surpreende pois ao
ficar cara a cara com a Ravnos, percebe que esta está dando um gostoso sorriso,
se segurando para não cair na gargalhada. Percebendo que algo estava errado
Adrienne desfere seu golpe, mas a Ravnos o evita, e com um poderoso soco joga a
Tremere longe.
Rapidamente a Tremere rola e fica de pé, não conseguindo
acreditar nos próprios olhos. Sara, fazendo um esforço absurdamente monumental,
retira com dificuldade a estaca e em seguida desaparece completamente a plenas
vistas. Então uma voz surge de um lugar
onde Adrienne não conseguia determinar.
- “Ora, mas brincar com a presa é a parte mais divertida.
Pelo visto Thomas ainda é aquele metódico calculista que não sabe se divertir”
A tremere mal acredita quando a própria realidade a sua
volta parece se rebelar. Todas as referências de distância parecem
embaralhadas, os sons distantes ecoavam como se estivessem perto e os de perto
como se estivessem longe. A própria realidade se curvava obedecendo os
caprichos da Ravnos.
- Diga-me querida, onde prefere morrer? Viena? Londres?
Praga? Ou aqui mesmo? (a cada nova opção sugerida, a voz ecoava de um lugar
diferente e a realidade do ambiente se moldava para assumir a aparência exata
do local sugerido, sempre com uma forte neblina.
A Tremere, especialista em Auspícios, aguça ao máximo seus
sentidos em busca de Sara, pois sabia que se não encontrasse a perigosa Ravnos,
estaria morta em pouco tempo. Entretanto tudo que a tremere consegue fazer é
penetrar na camada de neblina. E não consegue ver Sara em lugar algum.
- Vc disse q veio preparada? Espero que não tenha esquecido
os óculos rsrsrs
Adriene fecha os olhos com força e começa a se concentrar.
- Porque você não desiste logo de uma vez Hermione? Se o
fizer prometo que não a faço enfrentar a ilusão de Lord Thomas Voldemort
hahahaha.
Com um forte chamado telepático, Adriene contata seus 2
subordinados mais habilidosos, cada um poderia facilmente obliterar um ancião
despreparado – e ambos estavam há 3 noites em prontidão, ritualisticamente a
postos e preparados, aguardando aquele específico chamado.
- “Agora!” Ela ecoa esta palavra em seus respectivas mentes
o mais alto que podia.
Duas pequenas distorções na realidade começam a surgir ao
lado direito e esquerdo de Adrienne. Deles aparecem os dois aprendizes.
Tratava-se de um uso invertido e engenhoso do ritual Fuga para um amigo
verdadeiro.
A voz de Sarah ecoa de todos os lugares, e ao mesmo tempo,
de lugar algum:
- Triplicando as apostas? Isso vai exigir medidas mais
drásticas.
Imediatamente todo o ambiente se torna numa selva alagada
num dia de forte tempestade. A fúria dos elementos se faz presente. O trio está
molhado até os joelhos quando um relâmpago cai sobre eles. Por pouco os 3
Tremeres não encontraram a morte final.
A voz de sara continua:
- Meu senhor me garantiu que relâmpagos nunca caem duas
vezes no mesmo lugar. Mas quem seria tolo de acreditar num Ravnos? Hahaha.
O trio de feiticeiros rapidamente se posicionam e recitam um
breve encantamento de três palavras.
- Aff, Thomas ensinou essa merda de triangulamento pra você
também?
Com o encantamento de triangulação em ação, as mentes dos 3
tremere se fundem, tornando praticamente impossível submetê-los aos poderes de
Quimerismo.
Adriene e os dois aprendizes abrem seus olhos ao memso tempo
e dizem, também ao mesmo tempo (suas vozes saíam em uníssono):
- Aí está você! Meus olhos não podem mais ser enganados. Agora
deixe-nos devolver seu favor em espécie. Os três Tremeres falavam exatamente ao
mesmo tempo e agiam como se fossem uma única entidade que possuía 3 corpos
diferentes.
3 poderosos raios são lançados individualmente das mãos dos respectivos
tremere e interceptam Sara com uma velocidade inesquivável. A ravnos não tem
tempo sequer de gritar.
Contudo, Sara olha para onde o golpe a acertou, e parece não
sentir nada. Já os 3 Tremere urram de dor (Trata-se de uma metadisciplina oficial "agonia solidária" que transfere todo o dano sofrido para o alvo que o causou).
- Dizem que os Ravnos são mentirosos, mas digo que seus
olhos ainda estão lhes pregando uma peça.
Adriene e os dois aprendizes se levantam com dificuldade, o
dano combinado do raio ilusório de Sara junto com o que acabaram de sofrer, os
deixou quase incapacitados.
Notando que os tremere se levantavam com dificuldade Sara
diz:
- Vc não veio até mim só para morrer assim, não é Adrienne?
Mostre-me os tais truques que você preparou, não diga que a diversão já acabou...
Adriene a fita por um instante, conjura uma estaca...e
inexplicavelmente a crava no coração de um de seus aprendizes.
Sara observa a cena e tenta franzir as sobrancelhas, mas
percebe que seu corpo não a obedece. Sara estava paralisada.
- Admita, você achou mesmo que eu ia me garantir só com os
reforços e com o encanto de triangulamento não?
Novamente Sara faz um esforço monumental para se livrar do
aprisionamento, tal como fizera antes. Seu corpo começa a se mover com
dificuldade e vagarosamente.
Adrienne conjura outra estaca e acerta o coração do outro
aprendiz.
- E vc acertou! Mas é outro tipo de triangulamento. Como já
deve ter deduzido, este é um encantamento de 3 estacas. Acha mesmo que eu não
conhecia os boatos sobre suas gracinhas de fugir de estacas comuns? Tudo
dependia apenas de você fazer uso de agonia solidária. Você me forneceu a
porta, e o encantamento manteve o conexão aberta para que eu a usasse como
quisesse, muito grata.
Por mais que Sara se esforçasse, depois da segunda estaca, não
conseguia se mover nem um milímetro, a despeito de seus esforços colossais.
Adriene conjura a terceira estaca em sua mão já previamente envolta em intensa
eletricidade. Era o golpe derradeiro.
- Humph, não foi necessário mostrar nem 1/3 do que preparei.
Mande minhas lembranças a sua prole quando encontrá-la no Hades.
Infelizmente, poucos instantes antes da estaca encontrar seu
destino, uma outra estaca atravessa as costas de Adriene com tanta força que
sua ponta aparece entre seus seios.
Travava-se de 2 assamitas, que apareceram vindos por trás de
Adrienne.
Um dos assamitas observa, toca em Adriene e diz:
- De fato é a cria de Hastings. Um sangue valioso demais
para ser tomado individulamente.
O segundo assamita responde:
- De acordo, e quanto a Sara?
Os assamitas olham um para o outro e em seguida olham para o
seu líder, que vinha por trás de Sara.
O líder diz:
- Você perdeu, Sara. Falhou em nos entregar a Tremere. Assim
sendo sua dívida não foi quitada e será cobrada, em sangue.
Sara usa toda sua força de vontade para conseguir mover seus
lábios e diz:
- Não...
O líder vira-se para Adriene, educadamente pede licença e
retira a estaca de sua mão.
- Como vocês duas se odeiam tanto, é apropriado que morram
uma de frente para a outra. (Ambas são colocadas ajoelhadas uma de frente para
a outra). As duas cainitas olham-se mutuamente e conseguem ver no olhar da
outra, absolutamente tudo que sentiam naquele momento, uma mistura de temor,
desespero, indignação e toda a rivalidade que julgavam tão importante por eras,
mas que acabaria em alguns momentos.
O líder crava seus dentes em Sara, e a diableriza enquanto
os dois assamitas (e os 3 tremeres) observam.
Em êxtase extremo ao ter terminado a diablerie, o líder
continua:
Agora matem estes insetos e façam os preparativos para que
possamos partilhar o poderoso sangue da Tremere.
Obedecendo a ordem, os assamitas arrancam as cabeças dos
tremeres aprendizes estacados, e rapidamente se preparam para diablerizar
Adrienne em conjunto.
Adriene se lembra das palavras de seu senhor “a derrota
acompanha os tolos que movem suas ações baseados apenas em vingança.” A vingança a fez perder tudo. Ainda que
sua inimiga estivesse destruída, ela própria em breve também estaria morta. Uma
satisfação passageira lhe custaria a vida eterna. Considerando-se uma grande tola,
Adriene em seus pensamentos diz:
- A quem você quer
enganar Adriene? Você veio enfrentar o perigo, e estava preparada para morrer.
Você sabia que algo assim poderia acontecer, seu senhor a avisou e por isso você
veio preparada para a vitória e para a derrota. Pelo menos o destino não me
impediu de ter a satisfação de ver a maldita desgraçada morrer bem diante dos
meus olhos antes de encontrar o meu fim. E logo estes assamitas me acompanharão.
Em seguida, os 3 assamitas cravam seus dentes em Adriene, e
a diablerie começa. O rosto de adriene acaba ficando virado para a sacada do
apartamento. Adriene em seus últimos momentos consegue ver a noite, com suas
belas estrelas. Apesar de estar morrendo, isso dá certa serenidade a moribunda
tremere.
Contudo, a gata de Sara estava no beiral da sacada, olhando
debochadamente e sorrindo para Adrienne.
Os olhos de Adriene ficam assustados, tal como os de alguém
que compreendeu uma verdade terrível. Ainda que estivesse estacada, a tremere
parece possuída de uma força inimaginável, como se quisesse libertar-se a todo
custo e matar a gata. Se não estivessem distraídos, os assamitas certamente
perceberiam tal forte ímpeto.
A diablerie termina, a feiticeira vira cinzas, e os
assamitas sentem o fluxo extasiante da transferência de poder. Infelizmente
para eles, o sangue de Adrienne não estava em seu estado natural. O trio logo
sente um ardor em sua carne, um ardor que se intensifica cada vez mais, até
levar os corpos dos três assamitas a uma inevitável corrosão profunda. Em
poucos segundos, o trio também édestruído pelo sangue da Tremere, jazendo no
chão em cinzas.
A gata desce do beiral e se aproxima das cinzas. Em seguida
pensa:
- Todos mortinhos da silva, finalmente me livrei destes
caras enjoados e desta Tremere nojenta. Preciso começar a evitar de irritar
gente importante rsrsrs, pena que é tão excitante essa adrenalina. Não tivesse
eu aprendido a burlar este triangulamento, as coisas poderiam ter saído do
controle. Se bem que todos foram tão previsíveis, nem deu graça. Tremeres e
suas preparações, Assamitas e seu vício por vitae, nunca resistiriam a oferta de eu me fazer de isca para conseguirem botar aos mãos em sangue de feiticeiros poderosos, humph. Agora só preciso
evitar que aquele Brujah idiota morra.
Depois disso a gata olha especificamente para as cinzas de Adrienne.
- Criança tola, não aprendeu sequer o básico. Verdadeiros Ravnos
não apenas fazem uma ilusão parecer real, fazem também a realidade parecer ilusória. Estive
aqui o tempo todo e vc não percebeu. Qualquer que fosse sua estratégia, de nada
adiantaria. A minha por outro lado....assamitas idiotas, nunca diablerize ninguém
importante para Thomas e Meerlinda. Que grande perda para ti Thomas... Por que a
deixou vir a saber que eu estava viva? Qualquer idiota saberia que ela não
resistiria e viria atrás de mim.
Desta vez são os olhos da gata que se arregalam como se
tivesse acabado de compreender algo.
Obrigada por me mostrar como também estou ficando
perigosamente previsível, seu maldito Tremere sacana rsrs! Sacrificou seu
cavalo para tomar as torres dos adversários assamitas. Thomas, enfim você aprendeu
alguma coisa boa comigo. Parabéns, isso foi digno de um verdadeiro Ravnos hahaha.
Enquanto sorria, a gata rolava e brincava alegremente nas cinzas de
Adrienne.
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Para quem não entendeu a Ravnos real era a gata o tempo todo, possuindo o animal
com o uso de animalismo (possessão com 5 sucessos permite o uso de Quimerismo de dentro do animal possuído) . Tudo que todos viram era uma engenhosa e poderosa ilusão. Tal
como uma boa Ravnos ela engana todo mundo, joga seus inimigos uns contra os
outros e sai ilesa, como boa trapaceira rsrs
Obs.: Quem achou que os poderes da anciã ravnos estão exagerados, clique (aqui)
Obs.: Quem achou que os poderes da anciã ravnos estão exagerados, clique (aqui)
Um comentário:
O Corpo que os Assamitas diablerizaram era uma ilusão da Ravnos? E ela estava longe dali controlando o gato com Animalismo?
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