XAVIAR , PATRIARCA E ANTIGO
JUSTICAR DO CLÃ
GANGREL
Histórico: O
lendário “filho da noite” iniciou seu longo e sinuoso caminho pela vida, morte,
e o que existe além dela como um sargento no exército de Eduardo, o Príncipe
Negro. Como plebeu e soldado recruta da cavalaria nas disputadas terras ao
norte de Loire, Xavier de Calais já estava bem habituado ao modo como um
conflito poderia ser manipulado em proveito próprio. Seu instinto e perspicácia
lhe serviram bem nesses tempos primórdios. Ele sobreviveu a várias batalhas e
se posicionou estrategicamente como um aparente adjunto subordinado a vários
competidores menores, mesmo assim crescendo lentamente em posição e reputação. Em
Maupertuis, próximo a Poitiers, o ponto de virada do que os historiadores
viriam a denominar a Guerra dos Cem Anos, Xavier cavalgou ao lado de James de
Morbeke e de uma infantaria composta por mais de quinhentos franceses
desertores. Os dois vassalos conduziram o ataque e o sítio aos portões
franceses para garantir as pretensões inglesas e tomar como prisioneiro o rei
João II, o Bom. O valor de Xavier foi recompensado naquela mesma noite por dois
importantes benfeitores: Lorde James Audley, que lhe concedeu o título de
cavaleiro e algumas pequenas propriedades litorâneas; e um desconhecido
viajante que passava-se por um menestrel vindo de terras distantes, que
introduziu o plebeu à uma classe dominante de natureza bem diferente ...
É uma tradição
do clã Gangrel deixar seus novatos vagando pelo mundo durante algum tempo,
impulsionados por seu auto-desprezo, uma insaciável compulsão por viajar
originado do Sangue, e talvez por outros motivos. Xaviar nascido Xavier recebeu
apenas o Abraço. Após várias noites infernais durante nas quais o recém declarado
nobre aprendeu sobre a Fome e a insensatez de monstros simulando vidas mortais,
ele partiu para o norte, em direção das terras desertas congeladas. Lá ele
aprendeu a emoção da caçada, o inexplicável desejo do desafio corpo a corpo até
que só um saia como o mais forte, a incerteza que precede a cada nova batalha e
a antecipação da noite seguinte na qual este ciclo irá recomeçar. Feras,
homens, lendários homens-monstros que dizem caminhar pelos icebergs e cumes
mais setentrionais – todos eles e outros mais caíram diante de suas presas.
Xaviar
talvez passasse uma eternidade de noites nesta existência meio-humana, mas algo
despertou dentro dele. Um atavismo em seu coração morto o remetia a épocas
passadas – até um jogo mais desafiador do que o da carne e sangue. Este negro e
faminto desejo o levou a retornar para o mundo dos homens ao final do séc. XV.
O agora
experiente vampiro viajou para o sul e colecionou a pele de vários homens-lobo
que habitavam as profundezas da Floresta Negra. Nessas noites Xaviar era um
insaciável caçador de Lupinos – apenas a sua presença já era suficiente para
perturbar qualquer espécie de relação mais tênue que existisse entre lobisomens
e vampiros em determinada província, e é dito que os Lupinos relembram dele em
suas canções e histórias como “Assassina-Nossos-Irmãos”. Pela primeira vez em
décadas, ele encontrou outros de sua espécie em Renânia, onde aprendeu a
importância de identificar-se, do território e do subterfúgio centenário que a
Camarilla denomina como a sua Máscara. Ele permaneceu ali durante alguns anos e
ouviu sobre as suas Tradições e seus contos sobre o Novo Mundo – até que a
Besta despertou novamente para agitar sua alma.
Desta vez,
as andanças de Xaviar o levaram até as terras amaldiçoadas ao leste da Europa e
além, através das florestas dos Bálcãs e dos afluentes da Turquia, até o Sudão
e as terras ao sul. Alguns acreditam que, enquanto os impérios de Kanem Bornu e
Songhai lutavam pelo controle da região, Xaviar se estabeleceu no coração das
regiões selvagens mais ao sul e desfrutou da veneração como um deus rei pelos
povos que nunca haviam visto uma pele branca. Outros insistem que ele Abraçou
diversos bastardos neste espaço de tempo, alguns dos quais sobrevivem até as
noites de hoje – e que sangue Gangrel flui de Xaviar mais do que de qualquer
outro membro da linhagem. E ainda outros relatos sustentam que ele caminhou ao
lado dos filhos perdidos de Laibon, contemplando suas areias ardentes e suas
escuras florestas visando aprender seus segredos e realizar suas mágicas
proibidas. A verdade talvez jamais venha a ser revelada, e o patriarca rejeita
todas as perguntas sobre este assunto com um mero sorriso.
Porém, é
conhecido que suas andanças pela África chegaram ao fim próximo do início do
séc. XVIII. Xaviar atravessou o Atlântico durante a incursão Puritana e invadiu
o primeiro Conclave Americano (realizado em 1704 na cidade portuária de
Boston). Ali ele lançou seu maior troféu até aquela data aos pés do Círculo
Interno: Elijah, Justicar Gangrel, derrotado pelos seus próprio demônios
interiores, no final caçado como a Besta em que havia se tornado e destruído
por seu parente. O Círculo dos Seis aceitou provisoriamente o recém-chegado em
suas fileiras como um Arconte, e Xaviar assumiu o lugar de Elijah no Conselho
dos Justicares sete anos depois.
Após este
promissor início, Xaviar passou a servir a Camarilla como Justicar a partir de
seu domínio fortificado em Nova Orleans (embora definitivamente ele pareça
estar olhando por seus próprios interesses). Diferente da maioria de seus
colegas de clã, o Justicar luta para manter-se atualizado com a mudança dos
tempos. De vários modos seu envolvimento com a sociedade mortal faz lembrar
mais a linhagem Ventrue do que a Gangrel; seu domínio em sociopolítica e sobre
avanços tecnológicos é impressionante para alguém de sua idade, e ele mantém
uma imensa rede de contatos durante sua estadia no continente. Aksinya Daclau, Gangrel
antitribu e herege Sabá, é considerada como sangue de Rhun o Menestrel,
portanto “irmã” de sangue de Xaviar. Entretanto ninguém comenta nada sobre tal
relacionamento familiar ou político.
Como muitos
em sua posição, o tempo de Xaviar como Justicar foi assolado por vários
detratores. Rumores sobre os paradeiros e atividades de Xaviar variam entre
esquadrões de assalto mortais munidos de equipamentos ultra-modernos, pretensas
testemunhas de diablerie e práticas infernais e até alegações fantasiosas sobre
uma certa “ligação profana com as bestas”, a única fonte da qual Xaviar ainda
poderia se alimentar após as suas excursões à África. Deixando de lado uma
série de acusações e negócios questionáveis, a combinação de corretagem de
informações, negociações bi-laterais oportunistas e uma política de
“agora-você-me-vê-agora-você-não-vê” lhe foram muito úteis em cumprir seus
deveres nos últimos 300 anos ...
Tudo isso
faz com que os acontecimentos mais recentes tornem-se ainda mais confusos. Em
1999, não muito tempo depois de uma operação de busca e destruição em que o
renegado Smiling Jack foi caçado e levado a justiça, Xaviar renunciou ao cargo
de Justicar e desapareceu da sociedade Cainita. Poucas noites depois, o clã
Gangrel seguiu o seu exemplo, abdicando sua associação à Camarilla. Apenas o Senhor
da Guerra Karsh (a quem Xaviar acusou abertamente de traidor) e um punhado de outros
indivíduos sem importância permaneceram. Aqueles poucos Membros que sabem (ou
que tem a inclinação para comentar) o conteúdo das alegações de Xaviar dizem
que a existência dos anciões ancestrais – os lendários Antediluvianos – foi o
responsável pela sua retirada.
Imagem: Considerando-se
como uma das nobres feras da noite, Xaviar vê pouca utilidade em vestimentas.
Porém, ele descobriu que roupas tornam mais fácil a interação com outras
pessoas, trajando então roupas de viajem largas e confortáveis, jeans,
jaquetas, camisetas e demais amarras anônimas quando precisa. Como foi Abraçado
no campo de batalha, Xaviar ostenta uma perpétua barba de três dias, a qual as
vezes ele barbeia. Suas muitas noites como predador deram origem a vários
frenesis, e ele adquiriu o nariz, os olhos negros e orelhas salientes de um
morcego. Xaviar se movimenta sem fazer ruído algum, o que sugere que ele também
tenha adquirido algumas outras características dos morcegos. Suas mãos
tornaram-se garras em forma de gancho, e esporões pequenos e rústicos brotam de
sua coluna. A despeito de sua aparência bestial, Xaviar exala uma aura majestosa
apropriada a uma das grandes criaturas das lendas sobre as quais seus Senhor
outrora cantava
Dicas de
Interpretação: O mal-humor que você mostra ao mundo oculta tanto seu
intelecto voraz quanto sua ambição implacável. Alguns de seus contemporâneos
ainda seguem conceitos ultrapassados e fantasiosos como honra, isolamento e o
estoicismo. Deixe eles; você possui armas que eles não se atreveriam a usar. Você
é acima de tudo um ambicioso – um competidor, um desafiante, um conspirador
perfeito. Enquanto outros de sua espécie prevalecem através da superioridade
direta e de discursos floreados, você tornou-se mestre em explorar as
fraquezas, a lenta e contínua erosão da confiança que acompanha o caminho do
caos, a palavra certa pronunciada nos bastidores que esmorece seu oponente em
preparação para o seu inevitável ataque. Você jamais permitiu que algo ficasse
em seu caminho, e você não está disposto a começar agora
Clã: Gangrel
Senhor: Rhun de Tintagel
Natureza: Competidor
Comportamento: Grosseiro
Geração: 7ª
Abraço: 1356
Idade Aparente: final dos 30
Físicos: Força 5, Destreza 5, Vigor 6
Sociais: Carisma 5, Manipulação 4, Aparência 1
Mentais: Percepção 6, Inteligência 4, Raciocínio 6
Talentos: Prontidão 5, Esportes 4, Briga 5, Esquiva 4, Intimidação
4, Liderança 5, Manha 3, Lábia 6
Perícias: Empatia c/ Animais 4, Arqueirismo 4, Condução 1, Etiqueta
2, Armas de Fogo 3, Armas Brancas 5, Performance 3, Cavalgar 4, Segurança 2,
Furtividade 4, Sobrevivência 6
Conhecimentos: Computador 1, Finanças 2, Sabedoria Popular 3,
Investigação 5, Lingüística 3, Medicina 2, Ocultismo 3, Política 3, Ciência 1
Disciplinas: Animalismo 6, Fortitude 6, Proteu 6, Abombwe 4,
Potencia 4, Celeridade 3, Auspícios 2
Antecedentes: Aliados 6, Contatos 5, Lacaios 5, Recursos 4
Virtudes: Consciência 2, Auto-Controle 4, Coragem 4
Moralidade: Humanidade 4
Força de Vontade:
8
Traduzido por Gilmar
Children of the night págs. 91, 92 e 93.
3 comentários:
qui porra de disciplina é essa? 'proteu'
Como disse na observação no final do texto, eu nao revisei essa tradução q foi encontrada na net. Acredito q seja protean, ou seja, metamorfose
Provavelmente estava como "Protean", se for isso é Metamorfose.
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