Inspirado pelo filme
Aquaman.
Material oficial? Sim, como sempre!
Não deve ser surpresa que alguns dentre
os Gangrel se adaptaram ao que é considerado como “o ambiente mais inóspito da
Terra”. Muitas criaturas que habitam as profundezas dos mares são mais
estranhas para os olhos mortais do que a maioria dos Membros poderiam ser. Os
Gangrel que habitam no mar, contudo, evoluíram (ou regrediram, dependendo do
ponto de vista) para entidades que até os Nosferatu, que sabem a respeito
deles, consideram monstruosos.
Fisiologia e aparência
Estudiosos da fisiologia dos
Membros ainda estão debatendo a validade da classificação dos Gangrel aquáticos
como uma linhagem em separado. A opinião
mais comum é a de que os Mariners (*1), forma como chamam a si mesmos, formam um
grupo separado do clã Gangrel cuja distância do clã principal é aproximadamente
a mesma dos Gangrel urbanos antitribu do Sabá. Os Mariners, ou Gangrel aquarii (no plural: Gangrel aquarius) tal como classificados por
estudiosos Tremere, possuem as mesmas disciplinas de seus progenitores de terra
firme (O animalismo é igualmente eficiente em todas as criaturas, a despeito do
habitat; Fortitude permite a sobrevivência em profundidades que machucariam ou
destruiriam um ser menos resiliente) mas apresentam diversas adaptações únicas
tanto da disciplina metamorfose e de suas próprias formas.
A característica mais pronunciada
dos Mariners é a aquisição rápida de características animais (rápido em relação
aos demais Gangrel). Os Gangrel aquarius
se distanciam da aparência e socialização humanas devido a seu contato
inevitavelmente limitado com os humanos e por causa de sua desagradável
semelhança física com as criaturas específicas de seus próprios habitats.
Poucos podem passar pela sociedade mortal sem atrair atenção indesejada caso
tenham vagado pelos mares por mais do que umas poucas décadas, e aqueles que
habitaram as profundezas dos oceanos por décadas frequentemente são confundidos
com monstros até mesmo por sua própria progênie. Os Gangrel habitantes dos
mares tendem a desenvolver as caraterísticas dos animais com os quais convivem
mais frequentemente – dentes serrilhados de tubarões, bocas circulares de
lampreia, tentáculos de polvo, bicos ósseos de lulas, pele com escamas e
vestígios (desnecessários) de guelras foram todos relatados por vários Membros
que tiveram a oportunidade de observar os Mariners. Desnecessário dizer que a
aparência destes indivíduos prejudica suas habilidades sociais (em termos de
jogo, quaisquer Gangrel aquarius perdem 1 ponto de atributo social a cada 3
características animais que receberem, ao invés de 1 ponto para cada 5
características como os Gangrel normais).
Demografia e pautas
Os Gangrel nunca tiveram um
propósito unificador além da própria sobrevivência, e isso também é verdade
para os Mariners, que não declaram aliança nem com a Camarilla ou com o Sabá –
geralmente são relutantes a declarar aliança a seu próprio clã, preferindo
pensar em si mesmos como “indivíduos”. Eles pertencem a um grupo
excepcionalmente raro – as melhores estimativas colocam sua população como
sendo de 30 ou menos indivíduos em todo o planeta. Contudo, os Gangrel aquarius raramente geram progênie,
portanto a maioria possui uma geração relativamente baixa quando comparados com
a população de Membros em geral. Os seus abraços nunca são espontâneos ou
repentinos; o dom da não-vida só é dado depois de um ano ou mais de observação
do Mariner em potencial. Há candidatos de todas as raças e idades; a única
qualidade unificadora é um profundo e eterno amor por todos os aspectos do
oceano, ao mesmo tempo plácido e assustador, e este julgamento parece ser mais
instintivo do que qualquer espécie de política de linhagem. Um oceanógrafo,
dois biólogos marinhos, um guarda costas, um mergulhador, oficiais navais e
colonos exploradores fazem parte do grupo dos Gangrel aquarius. Poucos destes mantém contato com qualquer aspecto de suas
vidas mortais depois do abraço devido à perda rápida de compatibilidade com a
humanidade como um todo, e a maioria prefere ter como presa tubarões, baleias e
outros mamíferos marinhos ao invés dos humanos (embora um naufrágio ocasional
ou uma festa noturna na praia forneçam uma refeição revigorante para um Mariner
faminto). Os Rorquais (*2) são uma descoberta deliciosa, pois seu sangue é tão
potente como o de qualquer lupino – porém não há uma forma fácil de discernir
um Rorqual de um outro cetáceo, e os Mariners aprenderam que os animais
imbuídos espiritualmente possuem seus próprios defensores.
Os Gangrel aquarius ainda são
capazes de funcionar no mundo da superfície (alguns negociam informações com
Nosferatu empreendedores em troca de lições de técnicas básicas de ofuscação.
Contudo, preferem ignorar a superfície na maior parte do tempo, lidando com a
sociedade mortal apenas se esta afetar seu domínio. Muitos desastres marinhos
em potencial foram evitados pela interferência oportuna de um Mariner, a mais
recente sendo a quase colisão entre um míssil guiado de uma fragata da marinha
real e um petroleiro na costa da Itália ano passado. Deve ser observado que
isso não é por causa de preocupação proveniente de moralidade humana da parte
dos Mariners; o incidente citado, testemunhado por um Ventrue que estava a
bordo da fragata, envolveu a morte brutal de 5 tripulantes que estavam no
petroleiro e que tentaram impedir que o Gangrel tomasse o leme do navio. Quando
perguntado posteriormente sobre suas motivações a respeito do incidente, o
Mariner respondeu, “eu não fiz por você, habitante da superfície, nem por mim
mesmo, mas sim por minha Mãe”.
Os Mariners evitam de forma
semelhante a sociedade cainita. Embora lhes tenha sido oferecida a possibilidade
de se tornarem membros tanto da Camarilla como do Sabá, não se sabe de nenhum
Mariner que tenha aderido a alguma desta seitas. Entretanto isso não deve ser
considerado como uma questão de lealdade de sangue acima da lealdade
organizacional. Os Mariners não parecem ter estrutura formal social própria e
quase nenhuma hierarquia informal. Nas raras ocasiões onde dois Mariners se
encontram, o respeito é decidido através da idade e experiência. Também não há
linhas claras de descendência dentro da linhagem. Um Gangrel pode alegar ser o
senhor de qualquer linha de descendência, e não há garantia de que a cria de um
Mariner desenvolverá as características aquáticas da linhagem. A herança dos
Gangrel aquarius parece ser uma questão de temperamento e preferência pessoal
tanto quanto uma característica ligada ao sangue. Os Mariners parecem estar
tranquilos quanto a isso, embora não tenham mais contato social com os Gangrel
que habitam na superfície do que com qualquer outro clã.
Os Mariners estão igualmente
divididos entre indivíduos nômades e sedentários. Os primeiros migram pelos
litorais do mundo, vagando por onde as correntes os carregam. Os últimos
frequentemente tomam uma parte da costa e centenas de quilômetros quadrados de
oceano como seus territórios, e os Membros com ligações com o mar e que estão
cientes da presença dos Mariners geralmente mantêm uma distância segura. Áreas
conhecidas como território dos membros desta linhagem incluem os portos da
cidade de Nova York, Buenos Aires, Odessa, Athenas, bem como a Baía de São
Francisco, toda a extensão do Rio Reno, Lago Michigan, parte do Canal inglês,
as hidrovias da bacia do Congo e duas partes da Grande Barreira de Corais. O
grau de territorialidade demonstrado obviamente varia de indivíduo para indivíduo.
Tatiana de Odessa permite a todos os membros passagem livre através de “seu”
porto, enquanto o Mariner conhecido como Paul Machete destruiu brutamente pelo
menos dois grupos de Membros do Sabá que perseguiam Membros da Camarilla pelo
rio. Só há um lugar que é conhecido por ser habitado por mais de um Mariner. O
lago Nyasa no sudeste da África abriga um grupo de pelo menos 4 Gangrel aquarius,
uma quantidade desconhecida em qualquer outro lugar do mundo. Relatos indicam
que eles guardam o lago e seus arredores com brutal eficiência. Até o momento
foi impossível determinar o que este grupo protege, se é que protege alguma
coisa.
Adaptações
A variação da Disciplina
Metamorfose praticada pelos Gangrel aquarius não é exclusiva da linhagem
simplesmente por causa da mutabilidade da disciplina. Qualquer Gangrel
evidentemente pode adquirir as transformações alternativas conhecidas pelos
Mariners, embora algum ensinamento e aptidão sejam necessários. Até o momento,
não se conhece nenhum vampiro que não seja da linhagem Gangrel foi capaz de
aprender as transformações mostradas mais adiante no texto.
A luz da superfície não chega a
grandes profundidades. As criaturas das profundezas vivem sem luz ou produzem
luz própria. Até Membros utilizando Olhos da besta encontram dificuldades
devido às diferentes propriedades visuais da água e do ar. A maioria dos
Mariners descarta uma maior acuidade visual em favor de um método mais
confiável de navegação: sonar.
O uso especializado da disciplina
Metamorfose 1 da linhagem (que eles chamam de Sentido do Golfinho) permite ao
viajante aquático uma limitada forma de sonar natural (ou não natural) que é
sensível o suficiente para substituir a visão na maioria das tarefas.
Obviamente este poder tem suas limitações: Um vampiro navegando usando o
Sentido do Golfinho não pode ler o texto de um livro encontrado num naufrágio,
nem pode diferenciar peixes pela cor de suas escamas. Entretanto, a acuidade sensorial
que este poder fornece é perfeitamente adequada para a navegação ou combate num
raio de cem metros. A partir desta distância os detalhes começam a se perder
(dificuldade +1 a cada 50 metros além deste limite em todas as rolagens que
dependam do sonar, inclusive rolagens de acerto em combate). Sentido do
golfinho só é efetivo debaixo d’água – é inútil na superfície.
Embora seja uma adaptação maravilhosa,
o corpo humanoide não é projetado para nadar. Os Gangrel aquarius superam esta
limitação com o uso de Phocidae Membranosa (sua versão de metamorfose 2), uma
transformação menor que aumenta os dedos e cria uma membrana entre eles. Isto
aumenta imensamente a velocidade de natação e de manobras com um custo mínimo
de destreza manual (triplique a velocidade padrão de natação quando este poder
estiver ativo e anule todas as penalidades para movimento embaixo d’água, mas
subtraia 2 pontos da Destreza do personagem quando for tentada qualquer ação
que envolva destreza manual ou dedo opositor. A membrana é estranhamente afiada
e pode ser usada em combate próximo com efeitos devastadores (Força +2 dados de
dano agravado, dificuldade 6 para acertar, sem penalidades na parada de dados
para ataque de briga embaixo d’água).
Obviamente, a forma de lobo
típica da Forma da Besta é ainda mais inadequada para atividades aquáticas do
que a forma humana. Os Mariners que dominaram a disciplina Metamorfose até este
ponto, frequentemente adotam a forma de um predador. A forma mais comum é a de
um tubarão (+2 em todos os atributos físicos, dano agravado na mordida de força
+3 dados, e velocidade de natação quadruplicada), porém formas de barracudas,
moréias e até mesmo polvos foram relatadas (a critério do narrador). Do mesmo
modo, a forma aérea de um Mariner se afasta do morcego e corvo tradicionais, se
aproximando mais de albatrozes e águias marinhas.
Não foram relatadas adaptações de
Fusão com a Terra e Forma de Névoa. Evidentemente, Fusão com a terra é
suficientemente efetiva para o uso no fundo do mar, já a névoa e neblina são
comuns o bastante na superfície do mar para que nenhum comentário seja
necessário a respeito do avistamento de tal fenômeno. Indubitavelmente, os anciões
Gangrel aquarius desenvolveram
poderes que são ainda mais bizarros, mas não há relatos confirmados a respeito.
Perfil representativo
O membro mais conhecido dos
Gangrel aquarius é um indivíduo conhecido como Paul Machete (presume-se que
Paul adquiriu este apelido por sua escolha de armamento). Como mencionado
anteriormente, este Mariner reivindica as águas e os portos da cidade de Nova
York como seu domínio e defende seu território de todas as incursões com ciúmes.
É permitido um certo espaço a Membros da Camarilla encontrados nadando ou em
barcos, na forma de um aviso verbal; membros do Sabá são atacados assim que são
avistados. Paul justifica esta dicotomia tendo como base de que é menos provável
que membros da Camarilla causem grandes danos a propriedades na área que cerca
seu lar.
Ao contrário de muitos Mariners,
os hábitos de caça de Paul envolvem humanos ao invés de animais como presa
principal. Ele geralmente se alimenta de trabalhadores das docas, vadios,
marinheiros e os ocasionais turistas perdidos. Paul também mantém um olhar
atencioso a todos o movimento de Membros pelo porto, usando ratos e gaivotas
como espiões. Sabe-se que ele compartilha estas informações com Nosferatu
locais, mas não se envolve em assuntos cainitas além de uma conversa ocasional.
Os poucos indivíduos que investigaram o passado de Paul e as razões por trás de
sua escolha única de domínio, tiveram pouco sucesso. Porém, acredita-se
amplamente que Paul era alguma espécie de Marinheiro ou oficial naval em sua
vida mortal e que foi abraçado nas proximidades de Nova York.
Paul machete ainda pode passar-se
por humano, embora um bem desagradável. Ele passa a maior parte de suas noites
vagando pelas docas, alternativamente espreitando nas margens e embaixo d’água,
portando exala sempre cheiro de óleo, esgoto e outras substâncias nojentas. Ele
geralmente se veste com macacões cobertos de graxa e um boné do time de
baseball de Nova York. Seus olhos são de tom cinza morto, tais como os de um
tubarão, e sua pele está se tornando escamosa em algumas partes. Nas raras
ocasiões que encontrou um inimigo superior, Paul foi visto assumindo a forma de
uma grande moréia e desaparecendo na água.
Blood Dimmed Tides págs 34 a 36
(*1) Termo original mantido
(*2) Rorqual é um termo usado
pelo Rokea para designar um golfinho ou baleia a serviço do mar, chegando a fornecer
Gnose ao Rokea. Para quem não sabe, Rokea são os metamorfos tubarão.
2 comentários:
Muito bom !!
Gangreis marinhos sempre são sombrios.
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